Mais 31 mil cidadãos deslocados, devido às acções terroristas em Cabo Delgado, dispõem já de bilhetes de identidade. O acto resulta de um trabalho que começou em Setembro do ano passado levado a cabo pelo Governo e pelos parceiros de cooperação.
De acordo com a porta-voz da Direcção Nacional de Identificação Civil, Gilda Lameque, a atribuição dos documentos insere-se no âmbito do projecto de reconstrução da província.
“Este trabalho visa, igualmente, garantir a atribuição de documentos de identificação a todos os cidadãos que perderam tudo por causa dos ataques”, frisou.
A província de Cabo Delgado tem sido assolada por um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela região.
O conflito já provocou mais de 4000 mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas.
Desde Julho de 2022 que uma ofensiva militar de Maputo, com apoio do Ruanda e, posteriormente, da SADC, possibilitou um clima de maior segurança na região que não era sentido há anos, e recuperou localidades que estavam controladas pelos rebeldes, como a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde 2020.