A dívida pública interna agravou-se, de acordo com dados divulgados pelo Banco de Moçambique (BdM) esta quarta-feira, 29 de Março. O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 301,3 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 9,4%, correspondendo a 26,1 mil milhões em relação a Dezembro de 2022.
A instituição não avança com dados sobre a dívida no seu todo (incluindo a dívida externa) nem revela o rácio da mesma em relação ao Produto Interno Bruto.
Contudo, a dívida do País continua insustentável, segundo informações mais recentes sobre a situação financeira do Estado. Ainda na quarta-feira, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 17,25%. “Esta decisão é sustentada pela manutenção das perspectivas de uma inflação de um dígito, no médio prazo, não obstante a materialização e agravamento de alguns riscos associados às projecções de inflação, com destaque para a ocorrência de desastres naturais e para o aumento da pressão sobre a despesa pública”, lê-se no comunicado do BdM.
Segundo a autoridade monetária, os riscos e incertezas subjacentes às projecções de inflação agravaram-se. A nível interno, destacam-se as incertezas em relação aos impactos dos recentes choques climáticos sobre os preços de bens e serviços no curto prazo, assim como ao aumento da pressão sobre a despesa pública.
Na envolvente externa, destacam-se as incertezas relativamente aos efeitos da volatilidade nos mercados financeiros globais e do prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.