Um grupo de trabalhadores da mineradora Montepuez Ruby Mining (MRM) decidiu, nesta terça-feira (28), não comparecer nos seus postos de trabalho e impedir outros funcionários de realizar as suas actividades, reivindicando aumentos salariais e melhores condições de trabalho, avançou uma nota de imprensa da empresa partilhada, ontem, quarta-feira.
“A paralisação interrompeu uma série de actividades da empresa. Embora este grupo de trabalhadores não tenha seguido o processo sindical estabelecido para questões deste tipo, a MRM espera que, trabalhando com o sindicato reconhecido e as autoridades laborais estatais, se encontre uma solução para a situação em breve”, explicou a empresa em comunicado.
No documento, a firma esclareceu ainda que “os trabalhadores da MRM estão organizados sob a forma de um sindicato reconhecido, que representa os interesses de cada trabalhador da empresa”, acrescentando que “o sindicato não partilhou qualquer comunicação formal sobre a paralisação. Uma carta não assinada divulgada pelo grupo de trabalhadores só chegou à direcção da MRM no final do dia 27 de Março”.
Contudo, a mineradora já informou as autoridades distritais, provinciais e nacionais sobre a greve ilegal e tomou providências para executar os serviços essenciais e proteger os funcionários residentes no acampamento.
A MRM possui cerca de 34 mil hectares de concessão para exploração de rubis em Cabo Delgado e apresenta-se como a principal investidora na extracção daquelas pedras em Moçambique, sendo detida em 75% pelo grupo Gemfields e em 25% pela moçambicana Mwiriti Limitada.
Desde Janeiro de 2011, as vendas da Montepuez Ruby Mining representam 94% dos fluxos monetários do País relativos a esmeraldas, rubis e safiras, segundo a própria companhia.