O enviado do secretário-geral da ONU para Moçambique, Mirko Manzoni, disse nesta quarta-feira, 29 de Março, à Lusa, que o Governo tem verbas para pagar as pensões aos guerrilheiros da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique) e que o processo de desmobilização será concluído nos próximos meses.
“Acho que o processo de desmobilização vai ser terminado nos próximos meses. É claro que o que estava a criar um problema entre o Governo e a Renamo era o assunto das pensões, matéria muito importante tanto para o principal partido da oposição, como para a sustentabilidade do processo de paz”, esclareceu Mirko Manzoni.
Na semana passada, o Conselho de Ministros moçambicano aprovou o pagamento de pensões de reforma aos antigos guerrilheiros da Resistência Nacional de Moçambique. Na mesma ocasião, o porta-voz do Governo, Filimão Suaze, adiantou que os homens armados daquela organização ou seus descendentes beneficiarão ainda da pensão por invalidez, de sobrevivência e do subsídio por morte.
O pagamento de pensões de reforma tem sido o principal contencioso entre o Governo e a Renamo no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos seus guerrilheiros.
No entanto, para o enviado de António Guterres, o próximo passo no âmbito daquele processo será muito importante, porque consiste no encerramento da última base da Renamo na serra da Gorongosa.
“Posteriormente, teremos também todo um caminho que tem de continuar e que assenta na reintegração dos combatentes na vida normal. Estamos a trabalhar com muitos parceiros do sector privado e também com os de desenvolvimento”, esclareceu Mirko Manzoni.