“O Banco Mundial (BM) alertou nesta terça-feira (28 de Março) que Moçambique poderá perder cerca de um terço do seu PIB anualmente até 2030, como consequência das mudanças climáticas, isto se nada for feito para a melhoria das políticas de adaptação e desenvolvimento. O valor anual de perdas cifrar-se-á, de acordo com o BM, na casa dos 5 mil milhões de dólares por ano, o que, somando os sete anos até final da década perfaz um volume total de 35 mil milhões de dólares em perdas financeiras directa e indirectamente relacionadas com as alterações climáticas.”
A informação foi avançada durante uma cerimónia de consultas públicas no contexto da apresentação do Relatório sobre Clima e Desenvolvimento realizada pelo BM, ao longo da última semana, nas províncias de Sofala, Nampula e Maputo.
Segundo o líder do programa da instituição em Moçambique, Paulo Correia, a estimativa dos custos previstos com as consequências dos fenómenos climáticos extremos que já afectam e continuarão a afectar o País aponta para aproximadamente 30% do Produto Interno Bruto anualmente.
Para evitar estas perdas, o responsável avançou que “é necessário” mobilizar investimento para o financiamento na área verde, incentivando a participação do sector privado.
“Há necessidade de também abrir um espaço no Orçamento do Estado para que medidas rápidas possam ser adoptadas nos momentos em que ocorrem os fenómenos naturais. Deve-se também investir em infra-estruturas mais resilientes, a exemplo de estradas e escolas”, explicou.
Devido à sua localização, Moçambique acaba por ser um país muito vulnerável às mudanças climáticas, o que representa um retrocesso aos esforços do Governo e seus parceiros no combate à pobreza e persecução dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).