Um grupo de investigadores suecos descobriu que respirar os odores humanos libertados pelo suor de outras pessoas ajuda a diminuir a ansiedade social. As descobertas podem abrir portas para uma nova forma de tratar pessoas com este tipo de transtorno.
Os investigadores demonstraram num ensaio-piloto que os pacientes submetidos a uma terapia de atenção enquanto expostos a odores corporais derivados do suor das axilas de voluntários tiveram menos ansiedade social.
Foram recolhidas amostras de suor de voluntários enquanto assistiam a pequenos vídeos seleccionados para evocar estados emocionais específicos, tais como medo ou felicidade. A recolha decorreu dessa forma para determinar se as emoções sentidas enquanto transpiravam tinham um impacto diferente no tratamento.
Após a recolha do suor, os investigadores reuniram 48 mulheres que sofriam de ansiedade social, com idades compreendidas entre os 15 e os 35 anos, e separaram-nas em três grupos de 16.
“Verificámos que as mulheres do grupo expostas ao suor de pessoas que tinham estado a ver filmes engraçados ou de terror respondiam melhor à terapia de atenção do que as que não tinham sido expostas”, disse Elisa Vigna, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, enquanto apresentava os resultados no Congresso Europeu de Psiquiatria, que decorreu entre os dias 25 a 28 de Março, em Paris.
A investigadora destacou que a equipa tinha ficado surpreendida ao descobrir que os resultados do tratamento não eram afectados pelo estado emocional do indivíduo que criou o suor. Por outras palavras, as pessoas alegres produziram o mesmo efeito que alguém que tinha acabado de ver um vídeo assustador.
“Pode haver, portanto, algo sobre os sinais de quimioterapia humana no suor em geral que afecta a resposta ao tratamento”, referiu.
“Descobrimos que os indivíduos que fizeram uma sessão de terapia da atenção juntamente com a exposição aos odores do corpo humano mostraram uma redução de cerca de 39% nos índices de ansiedade. Por comparação, no grupo que apenas fez a terapia de atenção (ou seja, o grupo de controlo), vimos uma redução de 17% nos resultados da ansiedade após uma sessão de tratamento”, disse ainda.
A equipa acredita que as suas conclusões podem resultar numa nova abordagem ao tratamento de pessoas com Distúrbio de Ansiedade Social e poderá também oferecer uma opção de tratamento para aqueles que não respondem às terapias actuais. Mas, para tal, será necessária ainda mais investigação para confirmar os resultados.
Fonte: Zap aeiou