Depois de um longo período de desaceleração económica, marcado por vários fenómenos, desde climáticos, à pandemia do covid-19 e à situação de insegurança vivida em Cabo Delgado, o País está a entrar agora numa fase de recuperação, e a Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) pretende dar o seu contributo nas medidas de estímulo à economia.
Ciente dos desafios existentes no mercado, o PCA da BVM, Salim Valá, avançou nesta terça-feira, 28 de Março, em Maputo, que a instituição que dirige está disponível para ajudar na recuperação do País a todos os níveis, frisando que as intervenções da instituição que dirige são feitas com foco na dinamização e desenvolvimento do ambiente de negócios que, por consequência, trazem ganhos.
“A BVM tem noção dos desafios que a esperam, estando agora em processo de transformação por forma que esteja preparada para o processo de dinamização do mercado bolsista. O País precisa de uma bolsa líquida para potenciar a diversificação da economia, promover a industrialização e a nova era do Oil & Gas”, afirmou Salim Valá.
Intervindo durante um evento denominado “Ciclo de Negócios – BVM”, o PCA instou o empresariado a olhar para a Bolsa como um instrumento de ajuda, que abre espaço para novos investidores.
“Esta é a 3.ª edição deste evento com o objectivo de aproximar os parceiros e reduzir a falta de comunicação com os demais. Queremos todos aprender, auscultar e responder a algumas questões, dando o nosso contributo para o alcance de melhorias”, disse.
Com cerca de 25 anos de existência e um total de 12 empresas cotadas, a BVM já financiou a economia nacional com mais de 278 milhões de meticais e a sua capitalização bolsista representa 24,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para o ano de 2027, a instituição almeja alcançar o valor de capitalização média da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que é de 35%, e ter 30 empresas inscritas, segundo revelou o PCA.
“Estamos a elaborar um plano estratégico da Bolsa para cobrir os anos 2023-2027 e, assim, aumentar o número de elementos vitais para o seu funcionamento. Pretendemos ter mais empresas cotadas para tornar o País mais vibrante, sendo que temos também novos produtos para lançar no mercado e reforçar a capacidade institucional”, explicou Salim Valá.
A fonte acrescentou ainda que a BVM quer operacionalizar as parcerias público-privadas, mobilizar mais empresários, expandir a literacia financeira e trabalhar para abrir a bolsa moçambicana ao mundo.