A consultora Fitch Solutions considerou esta segunda-feira, 27 de Março, que o crescimento económico da África Subsaariana vai este ano abrandar para 3,5%, descendo face aos 3,6% do ano passado (2022) e aos 4,1% da média entre 2010 e 2019.
“A inflação mais elevada desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em Fevereiro de 2022 e um aperto ainda maior nas condições financeiras globais vão limitar a actividade económica em muitos mercados da África Subsaariana”, diz a consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings.
“Isto acontece num contexto de uma fraca perspectiva de evolução quer para a Nigéria, quer para Angola, os dois maiores produtores de petróleo da região”, acrescentam os analistas.
“Prevemos que o crescimento regional abrande ligeiramente para 3,5%, o que compara com os 3,6% estimados para o ano passado, estando abaixo da média de 4,1% registada entre 2010 e 2019”, escrevem os analistas num comentário enviado aos clientes sobre a evolução das economias da África Subsaariana, e a que a Lusa teve acesso.
A elevada inflação e o aperto nas condições financeiras internacionais vão pesar no crescimento regional, que tem de lidar com os cortes de energia na África no Sul e na Zâmbia, a queda de produção petrolífera na Nigéria e em Angola e numa redução da confiança dos empresários no Quénia e no Gana, salientam os analistas.
“O crescimento vai abrandar em quatro dos cinco maiores mercados da região”, assinalam, apontando para Nigéria, África do Sul, Quénia e Angola, com a Etiópia a ser a excepção.
A Fitch Solutions previu, no princípio do mês, que a economia de Angola vá desacelerar dos 4% no ano passado para 1,8% este ano, essencialmente devido aos problemas no sector petrolífero, assentando a expansão no sector não petrolífero, e acelere para 2,3% no próximo ano.
“Os atrasos nas principais reformas que têm como objectivo melhorar o ambiente de negócios e facilitar o investimento são um dos principais riscos ao crescimento económico e à estabilidade política a longo prazo”, apontam os observadores, acrescentando que “o crescimento económico deste ano será assente largamente no sector não petrolífero”.