Oitenta e sete pessoas foram detidas na manhã desta segunda-feira, 20 de Março, na África do Sul, por violência pública durante os protestos convocados pelo líder da oposição Julius Malema, anunciou a polícia sul-africana.
“Os agentes da autoridade, através da Estrutura Nacional Conjunta de Operações e Inteligência (NATJOINTS), prenderam, nas últimas 12 horas, 87 manifestantes em todo o país por crimes relacionados com violência pública”, referiu a polícia sul-africana (SAPS), em comunicado, salientado ainda a confiscação de, pelo menos, 24 300 pneus, regularmente utilizados como combustível em protestos violentos no país.
“Eram pneus colocados estrategicamente para actos de criminalidade”, sublinhou o NATJOINTS, acrescentando que “seis mil foram apreendidos no Cabo Ocidental, 4500 no Free State, 3600 em Gauteng, 1513 no Cabo Oriental e mais alguns noutras províncias”.
A África do Sul encontra-se desde sexta-feira (17) em estado de alerta máximo devido aos protestos anunciados pelo partido de oposição EFF contra os cortes de electricidade regulares e uma economia em colapso, pedindo ainda a renúncia do Presidente Cyril Ramaphosa, que é também presidente do Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994 no país.
Pelo menos 3400 militares do exército sul-africano (SANDF, na sigla em inglês) foram destacados desde domingo para apoiar a Polícia no controlo dos protestos desta segunda-feira, convocados pelo político de esquerda radical, Julius Malema, que foi líder da Juventude do ANC governante entre 2008 e 2012.
Alguns partidos de oposição, empresas e grupos privados de transportes públicos colectivos rejeitaram a adesão à acção de protesto, e a concessionária de electricidade sul-africana Eskom cancelou os cortes regulares de electricidade para esta segunda-feira.