O líder do partido de esquerda radical Combatentes da Liberdade Económica (EFF), na oposição na África do Sul, considerou esta segunda-feira, 20 de Março, em Pretória, que a paralisação da economia mais desenvolvida do continente foi um “sucesso”.
“Hoje, não há lojas, nem fábricas, nem escolas abertas, estão todas encerradas. Hoje, a África do Sul ficou paralisada”, declarou Julius Malema, na capital sul-africana, Pretória, onde o Governo reforçou a segurança do palácio presidencial com o exército e a polícia em antecipação aos protestos.
O político sul-africano falava na Church Square (Praça da Igreja), junto à estátua do antigo presidente Paul Kruger, no centro histórico da capital sul-africana, antes de avançar para o Union Buildings, sede do poder no país, acrescentando que “não será entregue um memorando ao Governo sul-africano Esta é a paralisação mais bem-sucedida da história das lutas de libertação no país”, vincou o representante da EFF.
Os partidos políticos Congresso Pan-Africanista da Azania (PAC), Movimento de Transformação Africana (ATM), Movimento Aliança da Transformação Económica Radical Africana (ARETA), do ex-membro expulso do ANC Carl Niehaus, e a Federação dos Sindicatos da África do Sul (SAFTU) são algumas das organizações que se juntaram aos protestos da esquerda radical sul-africana.
Pelo menos 3400 militares do exército sul-africano (SANDF, na sigla em inglês) foram destacados desde domingo para apoiar a polícia perante os protestos desta segunda-feira, convocados por Julius Malema, ex-líder da Juventude do ANC (Congresso Nacional Africano, no poder) entre 2008 e 2012.
O líder do partido EFF, a terceira principal força política no país, convocou os protestos contra os cortes de electricidade regulares e uma economia em colapso, pedindo ainda a renúncia do Presidente, Cyril Ramaphosa, que é também presidente do ANC, no poder desde 1994 no país.
A concessionária de electricidade sul-africana Eskom anunciou o cancelamento dos cortes regulares de electricidade no país até ao final desta segunda-feira.