A comida oriental conquistou o mundo. E, juntamente com ela, vieram diferentes talheres, que são utilizados em restaurantes, entregues em pedidos de delivery e em bancas ou camiões de comida: os “pauzinhos”.
Mais sustentáveis que os talheres de plástico descartáveis, estes pauzinhos são feitos de matéria-prima biodegradável, geralmente madeira ou bambu. Mas, mesmo assim, podem ainda ser um problema ambiental, uma vez que se estima que sejam utilizados cerca de 80 mil milhões de pares de pauzinhos descartáveis todos os anos.
Dar a este material um novo propósito é uma forma de tornar os pauzinhos ainda mais sustentáveis e é isso que a ChopValue – uma empresa canadiana que recolhe pauzinhos usados e os transforma numa variedade de produtos como mobiliário e bancadas – está a fazer.
Em Vancouver, onde opera a micro fábrica da empresa, 100 mil pauzinhos são descartados todos os dias. Esta enorme quantidade de madeira ou bambu que só foi utilizada uma vez é um material valioso que pode servir como matéria-prima para a construção de mobiliário e outros objectos.
O trabalho começa com a recolha de pauzinhos de cerca de 300 restaurantes da cidade, duas vezes por semana. Por dia, são recolhidos 100 a 250 quilos de resíduos, mas durante a pandemia a média era de 300 quilos. Os restaurantes não cobram pelo material, mas também não pagam pela remoção e eliminação adequada dos resíduos que produzem – uma relação que beneficia a ChopValue, os estabelecimentos e o planeta.
Os pauzinhos são então levados para a micro fábrica, num modelo de negócio que pode ser reproduzido noutras partes do mundo. E no interior, o processo pode ser seguido de perto por qualquer pessoa que queira compreender a ideia do fundador e CEO da ChopValue, Feliz Böck.
O primeiro passo é organizar os pauzinhos. Para isso, utilizam uma mesa que os abana até caírem em caixas à medida e são dispostos em filas. Depois, são mergulhados numa resina à base de água, que forma uma camada protectora e de seguida vão para um forno a 200ºC durante cinco horas, o que mata quaisquer microrganismos perigosos para a saúde humana.
Dar a este material um novo propósito é uma forma de tornar os pauzinhos ainda mais sustentáveis e é isso que a ChopValue – uma empresa canadiana que recolhe pauzinhos usados e os transforma numa variedade de produtos como mobiliário e bancadas – está a fazer.
Após esta etapa, os pauzinhos são novamente separados e cuidadosamente pesados e organizados para os próximos passos: 560g são colocados em formas metálicas e prensados até formarem um contraplacado que serve como matéria-prima para o fabrico de vários produtos.
Estes blocos de madeira podem juntar-se e formar peças maiores, tais como móveis ou prateleiras, ou pequenos objectos, como peças de dominó ou tabuleiros de madeira. Para fazer uma mesa, por exemplo, são utilizados cerca de 10 mil pauzinhos.
Outra vantagem de fabricar com blocos de madeira feitos com pauzinhos é que é possível personalizar os produtos de acordo com as necessidades de cada cliente, variando os tamanhos e as formas. A empresa oferece mais de 30 produtos prontos, mas está disponível para a criação de novas peças.
Desde a sua fundação em 2016, a ChopValue reciclou mais de 33 milhões de pauzinhos, evitando enviar os resíduos para um aterro sanitário. A solução encontrada pelos canadianos poderia ser replicada em países onde os pauzinhos são os talheres “oficiais”, tais como a China. Ali, cerca de 130 milhões de pauzinhos são deitados fora todos os dias.
Por enquanto, a ValueChop está a expandir as suas micro fábricas para locais mais próximos de onde foi fundada e tem já filiais a funcionar em algumas cidades dos EUA.





Fonte: Ciclo Vivo