A empresa sueca CorPower Ocean aposta no desenvolvimento de uma tecnologia baseada na energia das ondas – o C4 (CME), um sistema conversor que capta aquela energia e a transforma em electricidade.
Inspirado pela mecânica de bombeamento do coração humano, a estrutura flutuante absorve energia em todas as direcções graças aos seus movimentos sobre a superfície da água. Um sistema de transmissão converte o movimento em electricidade. Semelhante a uma bóia, o dispositivo é ligado ao fundo do mar por um sistema de amarração tensionado. Além disso, apresenta um desenho leve e de baixo custo.
“Os nossos conversores de energia das ondas utilizam um sistema de pré-tensão para puxar a bóia para baixo. As ondulações das ondas empurram a bóia para cima, enquanto a pressão armazenada fornece força de retorno para impulsionar a bóia para baixo. Isto resulta em igual produção de energia em ambas as direcções”, explica a empresa.
O modelo é inspirado nas patentes do cardiologista sueco Stig Lundbäck e na sua investigação sobre as funções de bombeamento e controlo do coração. Segundo o engenheiro e CEO da CorPower, Patrik Möller, o modelo pode aproveitar todo o espectro de ondas, produzindo cinco vezes mais energia por tonelada do que qualquer outro sistema semelhante.
Outra vantagem, segundo a empresa, é que as estruturas compactas e leves são menos dispendiosas de transportar, instalar e manter, reduzindo as despesas operacionais.
Em Agosto de 2022, a empresa finalizou, após um ano, um rigoroso programa de testes da tecnologia em terra. O dispositivo C4 foi testado em condições duras, representando vários locais oceânicos em todo o mundo, com o objectivo de provar a sua durabilidade e resistência a cargas, vibrações e stress térmico. A fase final revelou-se favorável mesmo em situações de tempestade.
Nos últimos anos, o dispositivo passou por várias fases (incluindo ensaios no mar nas Ilhas Orkney, na Escócia) que levaram à construção do sistema C4 à escala comercial. Está agora a ser preparado para instalação ao largo da costa de Aguçadoura, no Norte de Portugal.
Uma das apostas da empresa sueca é investir em sistemas modulares, formados por várias unidades que podem ser dispostas lado a lado criando um “parque de ondas” ligado à rede.
Fonte: Ciclo Vivo
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