O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, advertiu esta quinta-feira, 16 de Março, contra a desordem e anarquia no país, em alusão ao protesto nacional anunciado pelo líder de oposição de esquerda radical, Julius Malema, na próxima semana.
O chefe de Estado sul-africano, que falava à margem da visita de Estado ao país da sua homóloga tanzaniana, Samia Suluhu Hassan, considerou que a única via para a mudança de regime na África do Sul será através de eleições e não por meio de uma insurreição contra o poder instalado do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) há quase três décadas.
“A mudança de regime só pode acontecer pelo voto, não pode acontecer pela anarquia ou desordem no país”, declarou à imprensa o Presidente da República, acrescentando que “reunimos nesta quarta-feira com o nosso grupo de aconselhamento sobre segurança e eles irão defender o nosso povo de qualquer tentativa planeada para desestabilizar a nação”.
O grupo de aconselhamento do chefe de Estado e do Executivo sul-africano, que se reuniu em Pretória, anunciou também a activação de planos de contingência e o reforço de meios da polícia e de segurança, e a ministra da Defesa, Thandi Modise, afirmou que o exército está pronto a agir.
O ex-político do ANC e actual líder do partido de esquerda radical Economic Freedom Fighters (EFF), Julius Malema, na oposição, anunciou uma paralisação total da economia mais desenvolvida do continente na próxima segunda-feira, referindo estar a organizar manifestações em protesto contra o corte de electricidade e instando, simultaneamente, à renúncia do cargo do Presidente Cyril Ramaphosa.
Na quarta-feira, o secretário-geral do ANC, Fikile Mbalula, salientou que “os dirigentes do EFF devem ser responsabilizados pessoalmente por qualquer morte ou destruição que ocorra na acção de protesto”.
Em declarações ao diário sul-africano Citizen, Ndzipo Khalipa, ex-responsável da área de infra-estruturas na anterior governação do ANC na municipalidade de Ekurhuleni, leste de Joanesburgo, relembrou que o “ano de 1985 foi marcado por acções de desestabilização convocadas pelo ANC para tornar o país ingovernável e o regime de segregação racial (apartheid) inviável. Quando a administração democrática assumiu o poder depois de 1994, não houve oportunidade de lidar com campanhas que envolviam vigilantismo e ingovernabilidade”, salientou.
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