Um estudo apresentado esta quarta-feira, 15 de Março, pelo ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, revela que a insegurança alimentar aguda diminuiu de 13% para 10%, em Moçambique, e que 16 milhões de pessoas têm acesso a três refeições por dia.
De acordo com o governante, “estamos a reduzir o número de pessoas em insegurança alimentar. Falávamos que a tendência global é de aumentar, mas nós estamos a reduzir ao nosso ritmo. Por isso acreditamos que estaremos no caminho certo. Temos 16 milhões de pessoas que se alimentam bem, com capacidade de terem três refeições por dia”.
Falando durante um evento público para divulgação do estudo sobre “Segurança Alimentar Pós-Colheita de 2022”, elaborado pelo Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) e pelos parceiros de cooperação, Celso Correia avançou que durante a realização do estudo, ficou evidente que cerca de 90% da população moçambicana teve uma dieta aceitável para satisfazer as suas necessidades energéticas diárias.
Citando o referido documento, o dirigente disse que em Moçambique 38% da população que consegue satisfazer as suas necessidades alimentares mínimas tem de recorrer a estratégias de sobrevivência para suprir as suas necessidades não alimentares.
Mesmo diante de dados animadores, o ministro salientou que ainda há pessoas que se encontram em insegurança alimentar aguda, ou seja, cerca de três milhões, um quinto das quais estão em Cabo Delgado, província que tem sido afectada pelo terrorismo desde 2017.
No entanto, Celso Correia ressalvou que há necessidade de se fazer uma nova actualização de dados devido aos prejuízos provocados pelas cheias.
O ministro da Agricultura defendeu ainda que o caminho a seguir deve incluir mudanças no apoio ao sector agrícola com ciclos de sete anos, que capacitem os produtores, em vez de ajudas curtas, após as quais voltam à miséria. “Não podemos ser laboratório de experiências, com apoios de dois a quatro anos que, quando acabam os recursos, as famílias voltam à pobreza”, referiu.
O estudo do SETSAN foi elaborado em 151 distritos ao nível nacional e abrangeu 12 890 agregados familiares, o que, para o ministro, confere maior fiabilidade aos dados apresentados.
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