A listagem da dívida pública externa de Angola, incluindo os atrasados, cresceu 2% para 52,07 mil milhões dólares em 2022, face a 2021, de acordo com cálculos do jornal Expansão com base nas estatísticas externas preliminares do Banco Nacional de Angola (BNA). Esta é a dívida mais alta desde que há registos.
Sem os atrasados (capital e juros de mora), o stock da dívida pública externa ficou contabilizado em 51,91 mil milhões de dólares até Dezembro de 2022. Grande parte da dívida pública externa (cerca de 74%) continua a ser comercial, repartida entre a dívida a bancos (títulos e obrigações) e a empresas estrangeiras (fornecedores). Contas feitas, a dívida comercial, incluindo os atrasados, cresceu 3% para 38,45 mil milhões de dólares em relação a 2021, depois de verificar uma queda nos anos anteriores.
Segue-se a dívida a instituições multilaterais (aquela que é contraída através das organizações multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Nações Unidas e União Europeia), às quais Angola deve cerca de 8,49 mil milhões de dólares, com um peso de 16% no total da dívida externa. Esta é a dívida que mais cresce, mas é também a mais barata.
Nos últimos cinco anos registou um aumento de 159% quando comparado com os 3,3 mil milhões de dólares verificados no final de 2018, antes da presença do FMI em Angola.
Já a dívida bilateral (dívida entre países ou Estado a Estado), que representa 10% da dívida pública externa, registou uma queda de 7% para 5,13 mil milhões de dólares no final de 2022 face ao período homólogo.
Ao contrário do que acontece com a dívida multilateral, a dívida do Estado angolano a outros países tem estado a diminuir desde 2019.
Entretanto, a China continua a ser o maior credor de Angola e, apesar de essa dívida estar a cair desde que João Lourenço assumiu os destinos do País (-10% quando comparado com 2017), o país africano ainda deve quase 20,9 mil milhões de dólares.