O presidente executivo da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva), Walter Pacheco, declarou hoje (15), que a instituição que dirige tem trocado experiências com congéneres africanas, entre as quais a de Cabo Verde e Moçambique, admitindo que pode vir a replicar algumas das iniciativas consideradas mais inovadoras.
“Ambas as instituições têm uma dimensão inferior à angolana, mas já começaram há mais tempo e têm mercados um pouco mais diversificados. Estamos a trabalhar nesse processo de partilha de conhecimento e está a ser bem interessante”, afirmou Walter Pacheco, em entrevista à agência Lusa, elogiando a “capacidade de criatividade” e o “bom ecossistema de inovação”.
Estas declarações foram feitas a propósito do Fórum Bodiva, que se realiza hoje, em Luanda, subordinado ao tema “O Mercado em Crescimento”, e onde estarão presentes os presidentes do conselho de administração da Bolsa de Valores de Cabo Verde e da Bolsa de Valores de Moçambique, assim como o presidente executivo para África do IIBank, que irão debater “O Crescimento do Mercado Accionista na Região da SADC” e “O Mercado de Bolsa e o Financiamento Sustentável”.
“A bolsa de Cabo Verde é relativamente pequena, mas com capacidade criativa e de desenvolvimento de novos produtos”, considerou Pacheco, apontando as ‘blue bonds’ (títulos ‘azuis’, emissões de dívida para financiar projectos ligados ao mar, recentemente emitidas, e cujos recursos vão financiar pequenos pescadores), acrescentando que “não tem um grande volume, mas tem um grande impacto económico”.
“É óbvio que o nosso mercado permite ter dimensões maiores, mas temos estado a observar essa criatividade”, disse, sublinhando que a Bodiva deve lançar, ainda este ano, ‘blue bonds’ e ‘green bonds’ (títulos ‘verdes’, para financiar projectos sustentáveis).
Quanto à Bolsa de Valores de Moçambique tem outras especificidades: “é uma bolsa tão tradicional como a nossa, os produtos são tão tradicionais como os nossos, mas conseguiram desenvolver algumas soluções interessantes”, dando como exemplo uma das maiores cotadas na bolsa moçambicana, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa.
“É também uma outra forma de nos financiarmos ou refinanciarmos as nossas próprias infra-estruturas”, salientou o responsável, que apontou ainda os contributos da Bodiva para as suas congéneres: “obviamente que também estamos a recolher algum conhecimento nosso a outros níveis, não só do relacionamento institucional com alguns investidores internacionais, mas também a nível da arquitectura regulatória, já que Angola dispõe de regulação específica para fundos de investimento”, concluiu.
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