Organizar as suas finanças é basicamente determinar como o seu dinheiro será utilizado para fazer face às suas despesas de uma forma eficiente e inteligente. Com a organização financeira é também fácil alinhar os seus rendimentos e despesas, para que esteja ciente de como o seu dinheiro está a ser gasto.
A economista e planeadora financeira da Associação Brasileira de Planeamento Financeiro, Fernanda Melo, citada pelo portal da revista Forbes, apresenta cinco dicas que qualquer pessoa pode pôr em prática para aprender a lidar com o seu dinheiro e começar a investi-lo. Confira-as.
Conheça-se a si próprio
Segundo a especialista, antes de pensar no que é o melhor investimento ou como poupar o seu dinheiro, precisa de ter autoconhecimento sobre a sua vida financeira.
“Muitas pessoas têm apenas uma ideia aproximada dos seus próprios ganhos e despesas. Mas ter uma ideia real do quanto uma pessoa ‘custa a existir’ é fundamental para avaliar o tamanho da reserva de emergência, por exemplo”, diz a economista, explicando também que deve ter em mente que não são apenas as despesas com contas de energia, faculdade e combustível. Precisa de uma folha de cálculo com todos os custos fixos, sejam eles essenciais ou não. Isto significa incluir coisas menos necessárias, como as correntes e o cabeleireiro, por exemplo. “Só assim teremos uma verdadeira proporção do nosso custo de vida”, explica.
Uma sugestão da planeadora é seguir a regra 50-30-20, ou seja, 50% do que se ganha em despesas essenciais, 30% em despesas gerais e 20% reservados para investimentos.
Abra uma conta de investimento
O dinheiro para investir não deve ser confundido com o utilizado para gerir as despesas do dia-a-dia, na opinião da especialista. “Isto pode dar uma impressão de que o dinheiro sobra”. Assim, recomenda que todo o dinheiro reservado para os seus investimentos seja imediatamente transferido para uma conta específica, que pode ser numa empresa corretora ou em bancos tradicionais.
‘Antes’ é melhor que ‘Mais’
Para Fernanda Melo, o momento em que começa a investir o seu dinheiro é mais importante do que o montante que investe. “Muitas pessoas acreditam que no momento da vida em que estão, 20% não fariam diferença para começar a investir. Contudo, quando pensamos em juros compostos, o factor tempo é o mais importante”, explica. “Se adiarmos o investimento, o esforço para poupar cada ano acabará por ser cada vez maior”.
Na sua opinião, não é nada mais do que matemática. “Se o montante poupado se multiplica, pense que o tempo é o que dá o efeito exponencial”, diz ela.
Construa uma pirâmide para os seus bens
A economista considera que construir uma propriedade consolidada é como construir as pirâmides do Egipto. “Os antigos egípcios construíram pirâmides para armazenar os seus tesouros familiares e estas pirâmides foram concebidas para resistir aos efeitos do tempo. Agora substituem os efeitos da natureza na equação por eleições políticas, crises e pandemia”, afirma.
Na sua opinião, é necessário montar uma propriedade que possa resistir ao teste do tempo, uma vez que não será possível pôr todas as fichas no mesmo lugar.
Perceba o seu ganho real
“Não vale a pena ter uma carteira de investimentos com vários activos arrojados se os seus rendimentos forem corroídos pela inflação”, diz Fernanda Melo, explicando que existem hoje muitas opções de investimento que protegem o investidor do efeito da perda do poder de compra. Assim, ao investir, todos devem prestar atenção ao “ganho real”, ou seja, quanto será o seu rendimento com o desconto da inflação.
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