Moçambique é um dos seis países com mais desigualdades no continente africano, conclui o mais recente relatório do Banco Mundial (BM), publicado na passada sexta-feira, 10 de Março, em Maputo.
De acordo com a instituição financeira, os níveis de pobreza em Moçambique continuam altos, e a agricultura é a área que emprega cerca de 70% da população. Mesmo assim, a produtividade ainda é fraca em comparação com o seu potencial.
“É difícil, se não impossível, promover o desenvolvimento inclusivo sem aumentar ou melhorar a produtividade no sector agrícola”, referiu Fiseha Haile, economista do Banco Mundial.
Em termos de criação de emprego, o País está muito longe de satisfazer a procura. Por exemplo, a indústria de carvão e alumínio, que dão 70% de receitas ao Estado, contribuem com apenas 0,3% na criação de empregos, segundo aponta o relatório.
“Actualmente, a economia moçambicana cria quase 25 mil empregos no sector formal, mas a demanda de emprego é muito alta. O número de pessoas que entra no mercado laboral em Moçambique, a cada ano, é de 500 mil. Logo, a diferença entre a oferta de emprego e a procura é muito grande”, avançou Fiseha Haile.
Neste contexto, o economista afirmou que é preciso reduzir as desigualdades entre as pessoas para que se alcance o desenvolvimento.
“Moçambique é um dos seis países com mais desigualdade em África, daí a necessidade de promover o desenvolvimento em sectores não extractivos e acelerar o processo de transformação económica e de criação de emprego”, apontou a fonte.
Segundo o mesmo, para que Moçambique seja um país de rendimento médio até 2043, conforme prevê a Estratégia Nacional de Desenvolvimento, teria de crescer em média 12% ao ano, por quase 20 anos.
O Banco Mundial prevê um crescimento da economia nacional de 5% neste ano e de 8,3% em 2024, impulsionado pela indústria de hidrocarbonetos.