Muito provavelmente já ouviu falar dos sete pecados capitais. O conceito foi criado por volta do século IV e amplamente utilizado pelo cristianismo para descrever defeitos de conduta e para facilitar o cumprimento dos 10 Mandamentos da Bíblia.
Agora, é tempo de explicar quais são os sete pecados capitais dos investimentos e como se deve evitá-los para não ter qualquer tipo de surpresa. Isto porque, ao cometer um destes pecados, é possível ter perdas. E quando se investe, nunca se pensa em perder dinheiro, certo?
Veja a seguir os sete pecados cometidos pelos investidores e saiba como mantê-los afastados do seu bolso.
Gula
A descrição da gula é o desejo insaciável de comida e bebida. Mas também pode ser associada ao egoísmo de querer sempre mais e mais. Quando não se está satisfeito com o que se tem, é possível fazer uma associação com outro termo: a ganância.
No mundo dos investimentos, quando falamos de glutonaria ou ganância, queremos dizer que o investidor tem um desejo insaciável de querer sempre ganhar mais dinheiro.
É necessário, no entanto, estar calmo e evitar ser precipitado ao investir, uma vez que os resultados podem ser maus.
A voracidade associada à ganância pode cegar o investidor. Ele vê as possibilidades de rentabilidade como o único foco, deixando de lado pontos importantes, tais como taxas e outros descontos que os investimentos podem ter.
Um exemplo que ilustra bem a ganância é o investidor de acções que obtém lucros num momento de boom da bolsa, mas espera sempre que o papel suba um pouco mais para realizar os lucros e corre o risco de vender num momento de queda.
Luxúria
A luxúria pode ser descrita como o desejo apaixonado e egoísta de prazer sexual e/ou material. Mas também pode ser entendida como a expressão “a ser superada pelas paixões”.
No caso de investimentos, a procura do prazer precisa de ter limites, a fim de evitar perdas. Isto porque o investidor ‘insaciável’ não sabe quando é a altura de parar. Ou mesmo que sejam seduzidos por certos bens que acreditam que só terão ganhos (não vendo também a possibilidade de perdas).
A luxúria tende a levar o investidor a acreditar que todas as promessas de ganhos rápidos são verdadeiras. Assim, o investidor acaba por se tornar mais susceptível a perdas devido a fraudes, pirâmides ou falsas promessas.
Avareza
Avareza é o apego excessivo e descontrolado a bens materiais e dinheiro, um facto que leva o ‘pecador’ à idolatria.
Este é um dos pecados mais perigosos para o investidor bem-sucedido, isto porque ser avarento é ter um controlo excessivo e descontrolado com dinheiro.
As pessoas com este perfil são frequentemente apelidadas de “mão-de-vaca”, “pão-duro” e muitos outros termos. E as suas atitudes são prejudiciais ao rendimento.
O investidor que controla demasiado o seu dinheiro tende a concentrar-se em aspectos que não são os principais na procura de rendimento, tais como isenção de imposto sobre o rendimento, com a falsa promessa de fazer um bom negócio.
É o caso da pessoa que pensa estar a investir na poupança, mas, na realidade, está a perder rentabilidade.
Raiva
Este é o sentimento de externalizar a raiva e o ódio para com algo ou alguém, e pode também representar o desejo de fazer mal a outro.
Quando se está zangado, o sentimento de raiva pode levar a más decisões, especialmente quando o assunto é o seu dinheiro.
Evite investir em momentos de raiva e tente ‘arrefecer’ antes de fazer qualquer investimento
Orgulho
O conceito de orgulho está associado à arrogância e vaidade. No caso dos investimentos, este pecado está ligado ao investidor que acredita que já sabe tudo e não aceita segundas opiniões ou não procura estudar mais sobre o mercado e os investimentos.
Geralmente, aqueles que se enquadram neste perfil costumam ter problemas com investimentos porque acreditam que só eles conhecem o segredo do sucesso para tornar o seu dinheiro rentável.
Nesses casos, o investidor não recorre a consultores de investimento e não lê notícias sobre o mercado financeiro, ficando para trás e correndo o risco de perdas.
A psicologia económica estuda dois importantes preconceitos: a autoconfiança exagerada e a ilusão de controlo, que explicam este tipo de comportamento.
O principal efeito do orgulho é que a pessoa não pode rever a sua própria carteira tão cuidadosamente como deveria, tornando-se assim susceptível a erros.
Preguiça
A preguiça pode ser caracterizada como um estado de prostração ou de lentidão. A inércia e a preguiça prejudicam demasiado o investidor porque o impedem de agir quando o assunto é dinheiro.
Muitas vezes, a pessoa fica tão acomodada que acaba por deixar o dinheiro parado, longe dos investimentos devido à pura preguiça, significando que a permanência na zona de conforto de inércia e poupança impedirá o investidor de apostar em alternativas mais rentáveis.
É preciso trabalho para pesquisar, comparar alternativas e fazer realmente mudanças. Mesmo que seja para melhorar o desempenho do seu dinheiro.
Aqueles que sofrem de preguiça frequentemente nem sequer constituem uma reserva de emergência, que é o dinheiro da segurança que ajudará a cobrir imprevistos.
Inveja
Este é um dos pecados capitais mais comuns e conhecidos. Nada mais é do que o desejo exagerado de posses, estatuto, habilidades e tudo o que outra pessoa tem.
No caso de investimentos, é comum que alguns investidores estejam atentos ao que outras pessoas fazem ou recomendam, fazendo aplicações que nada têm que ver com o seu perfil de investidor, ignorando possíveis riscos e desviando-se do objectivo final.
Em vez de sentir-se invejoso, o melhor a fazer é inspirar-se nos grandes investidores para aprender a investir melhor.
Ter sucesso nos investimentos não significa que o investidor precise de saber sobre tudo. É muito mais uma questão de controlar as emoções para evitar os sete pecados mortais e escapar às armadilhas.
Fonte: Expert