Mais de 2160 focos de mineração artesanal foram identificados no País, no quadro do Censo de Mineradores Artesanais, cujos resultados acabam de ser divulgados pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), em coordenação com o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os dados mostram que do total dos focos identificados 1577 estão activos, sendo 31% dedicados à exploração de ouro.
Em 2021, a mineração artesanal envolveu 806 957 pessoas, o correspondente a 2,6% da população nacional. Três quartos dos mineradores têm na actividade a sua principal fonte de rendimento. Grande parte é composta por homens (88,3%) e destes 68% são jovens entre os 15 e os 34 anos.
Os resultados permitiram apurar ainda que 53% dos mineradores artesanais trabalham por conta própria, mais de 50% dedica-se à extracção de ouro e cerca de 30% a materiais de construção (pedra, areia e argila).
O Censo de Mineração Artesanal foi lançado em Agosto de 2021 e resulta do reconhecimento, pelo Governo, do papel deste segmento de actividade mineira praticada em Moçambique desde o fim do século XII, tendo como principais minerais historicamente extraídos o ouro, pedras preciosas e semi-preciosas e, recentemente, pedra de construção, calcário, areia, argila, tantalite e carvão mineral.
Ao realizar esta estatística, o Governo teve como principais objectivos prover indicadores sobre mineração artesanal para planificação, implementação, acompanhamento e avaliação de políticas de desenvolvimento do sector.
O censo cobriu todos os focos de mineração artesanal, proprietários das minas, mineradores associados, assalariados e ainda comerciantes mineiros e prestadores de serviços de mineração por amostragem.
A recolha de dados foi efectuada de Agosto a Novembro de 2021 nas regiões sul, centro e norte do País, seguindo-se a avaliação e análise de dados de Dezembro de 2021 a Junho de 2022.
Os dados apurados pelo censo vão permitir que os vários sectores do Governo aprimorem os seus instrumentos de assistência técnica ao subsector de mineração artesanal, permitindo, entre outras acções, incrementar a formalização da actividade, intervir no uso de técnicas ambientalmente responsáveis e seguras, captar receitas, contabilizar empregos criados e gerir a saúde e segurança públicas.
O Censo de Mineração Artesanal de Moçambique é o primeiro no País e na região austral de África.
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