Pelo menos quatro pessoas morreram devido a protestos relacionados com uma paralisação nacional em curso dos profissionais de sáude na África do Sul, anunciou esta quinta-feira, 9 de Março, o Governo sul-africano.
O ministro da Saúde, Joe Phaahla, que visitou na manhã desta quinta-feira o Hospital Charlotte Maxeke, em Joanesburgo, adiantou à imprensa que o Governo está a considerar uma acção legal, salientando que se verificaram óbitos que podem ser atribuídos directamente à greve, sem avançar detalhes.
Em Joanesburgo, vários pacientes internados no Hospital Charlotte Maxeke receberam alta sem aviso prévio, enquanto outros foram retirados, na quarta-feira, após terem sido informados pelo sindicato sobre a sua alegada insegurança no hospital durante os protestos.
O governante sul-africano avançou ainda que “os funcionários públicos em greve não vão receber salário este mês (Março)”, invocando a regra “sem trabalho, não há pagamento” e sublinhou que “haverá acções disciplinares ou mesmo legais”.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Educação, Saúde e Afins (Nehawu), que exige um aumento salarial de 10%, continuou esta quinta-feira, pelo quarto dia consecutivo, uma paralisação nacional do sector, afectando o acesso de pacientes a hospitais, consultas médicas e fármacos no país que, como já se sabe, enfrenta cortes de electricidade sem precedentes.
Na última quarta-feira, na província sul-africana de KwaZulu-Natal, sudeste do país, os protestos dos profissionais de saúde afectos ao sindicato tornaram-se violentos na quarta-feira quando um grupo de enfermeiras atacou, alegadamente, uma ambulância que transportava uma criança gravemente doente, tentando retirá-la do veículo no hospital de Stanger, segundo uma porta-voz da unidade hospitalar.
Entretanto, as autoridades provinciais de saúde alertaram os membros do sindicato Nehawu no sentido de desistirem de bloquear o acesso a estabelecimentos de saúde.
O partido de esquerda radical Economic Freedom Fighters (EFF), na oposição, anunciou uma paralisação total da economia do país no próximo dia 20 de Março, véspera do feriado nacional em que a África do Sul democrática assinala como Dia dos Direitos Humanos o massacre de 69 manifestantes, em 1960, pela polícia do regime de apartheid, em Sharpeville, sul da província de Gauteng.