Os despedimentos sem justa causa apanham muitas vezes as pessoas de surpresa. Mesmo os melhores trabalhadores podem acabar desempregados devido a mudanças radicais na indústria onde trabalham, à necessidade de a empresa ter de fazer cortes no grupo funcional ou a uma mudança nas prioridades da empresa.
Veja três passos para superar uma demissão involuntária e preparar-se para a próxima fase da sua carreira, de acordo com Ellen Taaffe, professora assistente clínica de administração e organizações e directora de programas de liderança feminina da Kellogg School (EUA), citada pela revista Exame.
1. Dê a si próprio algum tempo para ganhar perspectiva
Imediatamente após um pedido de demissão, há muitas emoções. Pode sentir uma combinação de descrença, raiva, traição e embaraço, mesmo que a sua demissão faça parte de uma onda maior de despedimentos.
“Tirar tempo para reflectir, fazer exercício, passar horas na natureza ou voltar aos passatempos pode ajudá-lo a ganhar perspectiva e recuperar o seu equilíbrio”, diz Taaffe.
Obviamente, nem todos se encontram numa posição financeira para sobreviver por muito tempo sem um rendimento. Mas há, muitas vezes, mais tempo para se dar uma pausa do que se pode encontrar no início da época de desemprego. Ellen Taaffe recomenda que reserve algum tempo para descansar e reflectir sobre a sua procura de emprego, de acordo com o que a sua situação financeira permita.
2. Recalibrar as prioridades
A sua próxima pesquisa de emprego deve começar com uma avaliação. Dê uma vista de olhos ao que mais lhe agradou na sua posição anterior e pense no que é mais importante para si agora. A especialista recomenda a criação de uma lista das suas dez principais prioridades para o seu próximo emprego. Por exemplo, o seu interesse pode estar num tipo específico de trabalho ou talvez numa deslocação mais curta de e para o trabalho, ou na oportunidade de desenvolver novas competências.
Esta lista dar-lhe-á uma forma de avaliar possíveis novos empregos, comparando os seus recursos com as prioridades que estabeleceu. Este exercício lembra-lhe que tem um grau de controlo sobre o processo e que nenhum trabalho é perfeito, mas alguns trabalhos são mais adequados às suas prioridades do que outros.
“Nenhum trabalho será 100% ideal e a maioria não será mais do que 80% a 90% adequado para si. No entanto, com este exercício, poderá reconhecer que certos aspectos do trabalho são factores decisivos na sua escolha”, diz Taaffe.
3. Confie na sua rede
Um aspecto potencialmente embaraçoso ao reentrar no mercado de trabalho é activar a rede que cultivou ao longo da sua carreira. Embora Ellen Taaffe aconselhe os seus alunos a permanecerem ligados à rede que criaram numa base consistente – para que não entrem em contacto apenas quando precisam de algo – nem sempre é fácil ganhar coragem e tempo para o fazer.
“Depois de terem passado por um despedimento, a tendência é não deixar a rede adormecer novamente”, diz Taaffe. “Mas quando isso acontece pela primeira vez, pode ser necessário algum esforço para reactivar essas relações”.
A professora tem algumas regras simples para entrar em contacto com pessoas com quem não se fala há algum tempo: reconhecer o período em que perdeu o contacto e explicar que gostaria de restabelecer a ligação. Depois, diga que foi despedido e que gostaria de saber como a história do seu contacto e as mudanças de carreira podem ser úteis para o ajudar a descobrir os próximos passos a dar na sua profissão.
Algumas pessoas que passam por despedimentos acham mais fácil saltar o contacto pessoal e procurar aconselhamento de forma mais aberta. Um dos ex-alunos da Taaffe partilhou recentemente, no LinkedIn, que tinha perdido o seu emprego e pediu ajuda à sua rede.
No entanto, ao trabalhar em rede, Taaffe recomenda que comece sempre com um pedido específico às pessoas que contactar. “Evite usar a temida pergunta, ‘Posso abusar dos seus conhecimentos?’. Tal indica que não se dedicou a conhecer a si próprio. É preciso facilitar a vida às pessoas ocupadas para saberem como ajudá-lo”.
É mais produtivo pedir a alguém da sua rede uma reunião de 30 minutos para ouvir sobre a sua transição do sector de vendas para o marketing – e como pode aprender com essa informação – do que usar essas reuniões para se debruçar sobre tudo o que correu mal no seu último emprego.
“O que aconteceu no passado deverá ser cerca de 10% da conversa”, diz Taaffe, “os outros 90% devem ser sobre o que fazer agora, o que procura aprender e como gostaria de ter impacto”.
Fonte: Exame
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