O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) alertou que o ciclone tropical Freddy terá, desta vez, maior impacto relativamente à primeira passagem, em Fevereiro último.
O meteorologista do INAM, Acácio Tembe, detalhou, esta quarta-feira, 8 de Março, à Rádio Moçambique, que o fenómeno poderá entrar a partir da província da Zambézia, com ventos fortes de cerca de 160 quilómetros por hora e chuvas intensas que poderão afectar os principais rios da região.
“Estou a falar do rio Zambeze e do rio Chire que vão ter problemas. Na província de Tete, o rio Revúbuè já ‘sofreu’ na última vez, onde caiu uma ponte, e essa região vai também ser afectada. Vamos ter muita chuva naquela província. O impacto será um pouco maior em relação ao que aconteceu na primeira vez entrada [da tempestade no País]”, disse o meteorologista.
Prevê-se que o ciclone tropical Freddy que, neste momento, se desloca em direcção à costa de Moçambique, entre em território nacional a partir desta sexta-feira, 10 de Março, e permaneça até terça-feira próxima, com impactos em mais províncias do Centro e Norte do País.
Activo há um mês, o fenómeno pode tornar-se o mais duradouro já registado, afirmou a OMM (Organização Meteorológica Mundial) esta terça-feira (7). A tempestade desenvolveu-se a centenas de quilómetros da costa noroeste da Austrália e ganhou nome a 6 de Fevereiro. De lá para cá, atravessou todo o oceano Índico, atingiu Madagáscar, no dia 21, e, três dias depois, chegou a Moçambique onde vitimou dez pessoas.
Segundo a OMM, esse tipo de trajecto longo é muito raro. Os casos semelhantes mais recentes aconteceram em 2000 com os ciclones tropicais Leon-Eline e Hudah.
O ciclone Freddy passou vários dias sobre Moçambique e Zimbabué, trazendo fortes chuvas e inundações. Voltou para o mar, ganhou força novamente com a energia das águas quentes e moveu-se em direcção à costa sudoeste de Madagáscar.