A Gapi, instituição financeira para o desenvolvimento de Moçambique, em parceria com Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e com o apoio do Governo, lançou esta quarta-feira, 8 de Março, em Pemba, Cabo Delgado, o Fundo de Resiliência para Micro, Pequenas e Médias Empresas, com um valor de 4,5 milhões de dólares.
Trata-se de um fundo que visa alavancar a capacidade existente na GAPI de intermediação financeira e assistência técnica para fazer face às restrições de crédito que afectam as MPME. O instrumento pretende fazer cerca de 2700 financiamentos, sendo 700 directos e 2000 indirectos, que assista cerca de 680 MPME e que aumente os postos de trabalho em 20%.
“A criação deste fundo é uma das respostas que o empresariado, sobretudo mulheres e jovens, precisa. O fundo de resiliência procura constituir um veículo de crescimento sustentável através do fornecimento do crédito com a assistência técnica para micro, pequenas e médias empresas”, explicou Rafaela Uaiene, presidente do Conselho de Administração (PCA) da GAPI. E continuou: “este instrumento financeiro que conta com a comparticipação de quatro milhões de dólares da USAID e 500 mil dólares da GAPI destina-se a recuperar a actividade económica e recuperação de postos de trabalho nas regiões afectadas pelos ciclones e pela pandemia do covid-19”.
Rafael Uaiene referiu, na ocasião, que “com a criação deste instrumento, a GAPI e o seu parceiro, a USAID, alinham-se aos objectivos do Governo em ver aumentada a oferta de crédito adaptada às necessidades das MPME, sobretudo as envolvidas em actividade agro-alimentares, com maior foco em negócios geridos por mulheres”.
O representante da instituição financeira deixou um apelo aos empresários: “é necessário que este fundo seja utilizado de forma sustentável, o que significa que estes recursos têm de voltar para que possam ser utilizados pelos outros. Se nós não os usarmos de forma responsável, o objectivo de ver mais empresas a recuperarem não se concretizará”.
Por sua vez, o director-adjunto da USAID, Rosário Marapusse, reconheceu que “esta é uma linha de financiamento que não resolve todos os problemas, obviamente. Não satisfaz todas as necessidades do sector privado”. No entanto, “achamos que é um contributo para apoiar as empresas a recuperarem destes impactos e também a serem mais resilientes aos futuros desastres que possam existir”.
O responsável da USAID referiu que o programa foi desenvolvido pelo seu organismo em parceria com a Gapi, tendo a duração de dois anos e meio. Mas espera que depois deste tempo a implementação do programa continue.
Para o sector privado na província de Cabo Delgado há necessidade de se financiar mais a formação dos empresários sobre matérias de gestão de negócios.
“Na visão do Conselho Empresarial Provincial (CEP), há necessidade de incluir financiamento de formação em matérias de empreendedorismo e gestão de negócios aos agentes económicos que poderá potenciar as capacidades empreendedoras individuais, assegurando assim que estes efectuem as contribuições com responsabilidade e postura empresarial”, destacou Mamudo Iragy, presidente do Conselho Empresarial Provincial.
O fundo aplica taxas de juro relativamente baixas se comparadas com as da banca comercial, tornando-se muito acessíveis. Para as MPME de jovens e mulheres, as taxas de juro vão de 9% a 12%, para as MPME de sociedade/individuais serão entre 12% e 15% e para instituições de microfinanças serão de 10%.
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