O Conselho de Ministros aprovou esta terça-feira, 7 de Março, revisões às leis do trabalho e do investimento, a submeter ao Parlamento, em linha com o Pacote de Medidas de Aceleração Económica (PAE) do País.
A revisão da legislação laboral “abre espaço para que as agências privadas de emprego, por exemplo, e à semelhança do que se passa com entidades similares, possam contratar cidadãos de nacionalidade estrangeira”, referiu Filimão Suze, porta-voz do Conselho de Ministros.
Noutros pontos da proposta, o período de licença de maternidade vai ser aumentado para 90 dias e a tipificação de empregadores vai ser harmonizada com o código comercial, introduzindo-se a figura do micro-empregador.
As alterações visam ainda acomodar “o surgimento de novos sectores de actividade económica”, nomeadamente nas áreas mineira e petrolífera.
A revisão da Lei do Investimento – que passa a chamar-se Lei do Investimento Privado – apresenta-se como pilar de uma “política económica mais aberta” para criar um “ambiente de negócios mais atractivo”, de acordo com a apresentação a que a Lusa teve acesso.
O documento consagra dois regimes de tratamento de projectos, o “mero registo” ou “regime simplificado” e o “regime de autorização” aplicável a projectos de grande dimensão e investimentos realizados “em determinadas áreas e sectores de natureza mais sensível”.
Há uma actualização das normas sobre repatriamento de fundos para o exterior, aplicação de capitais em território nacional no âmbito do reinvestimento e incluída a modalidade de conversão de dívida externa nas formas do investimento directo estrangeiro.
Na relação entre Estado e investidor, “estabelece-se a obrigatoriedade de fundamentação de actos de indeferimento” e “a previsão de recurso hierárquico ou jurisdicional das decisões relativas aos projectos de investimento”.
Os princípios gerais reforçam o “principio da não-discriminação entre investidores nacionais e estrangeiros”, enfatizam a protecção do direito de propriedade e estabelecem que a expropriação “apenas pode ter por fundamento o interesse público”.
A proposta de lei enquadra ainda “a responsabilidade social dos investidores e dos respectivos projectos” na área geográfica a que dizem respeito
Está prevista uma simplificação de procedimentos para autorização de investimentos e meios expeditos para lidar com litígios.
A melhoria do ambiente de negócios é um dos objectivos do Pacote de Medidas de Aceleração Económica lançado pelo Governo moçambicano em Agosto de 2022, onde está incluído o ajuste “das leis do Trabalho e de Investimento de modo a torná-las mais atractivas ao investimento estrangeiro” (medida 14).