A Autoridade Tributária Sul-Africana (SARS) anunciou esta segunda-feira, 6 de Março, que mais de meio milhão de dólares alegadamente roubados da quinta agrícola do Presidente Cyril Ramaphosa não foram declarados no país.
O organismo, em comunicado, explicou que o seu oficial de Informação, “após uma extensa busca pelo registo em vários Sistemas de Processamento de Passageiros do SARS e contactos com unidades relevantes que acredita poderem ter a custódia ou possuir conhecimento dos registos solicitados, foi informado de que o registo não pôde ser encontrado ou pode não existir”.
A informação foi solicitada à autoridade tributária local pelo Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês), maior partido da oposição na África do Sul.
O chefe de Estado sul-africano declarou ao Parlamento que tinha recebido a elevada soma de dinheiro do empresário sudanês Hazim Mustafa como pagamento pela compra de gado no âmbito de uma transacção comercial legítima. Este, por seu turno, afirmou à imprensa que declarou os 580 mil dólares no Aeroporto Internacional de Joanesburgo à chegada à África do Sul, em 2019, como é exigido por lei.
Na semana passada, o Tribunal Constitucional da África do Sul (ConCourt) rejeitou um recurso do Presidente sul-africano, com o objectivo de contestar o relatório de um painel independente que concluiu que o chefe de Estado pode ter de responder pelo roubo de moeda estrangeira na sua fazenda de caça no noroeste do país.
As alegações contra o chefe de Estado partiram do antigo chefe dos serviços secretos sul-africanos, Arthur Fraser, de que Ramaphosa terá tentado esconder o roubo de uma elevada soma de dinheiro encontrada dissimulada nos estofos dos sofás na sua quinta Phala Phala, em 2020.
Arthur Fraser acusou o presidente de lavagem de dinheiro e violação de leis de controlo de moeda estrangeira.