A sustentabilidade – seja social, ambiental, económica, empresarial ou, neste caso, operacional – não é apenas uma palavra bonita ou uma bandeira popular a ser erguida enquanto o tema estiver na agenda do dia. É um caminho sem volta, e é o caminho a seguir!
As empresas, no geral, e as PME, em particular, precisam hoje, mais do que nunca, de se adaptar a um mundo em constante mudança, de forma a garantir a continuidade do seu negócio.
E a sustentabilidade operacional, sobre a qual nos debruçaremos neste artigo, nada mais é do que a capacidade das empresas em gerar mais resultados económicos, utilizando para tal menos recursos do planeta e respeitando, ao mesmo tempo, fornecedores, parceiros e concorrentes, além de criar valor aos clientes e empoderar os colaboradores da empresa.
Moçambique conta actualmente com perto de 100 mil empresas e, desse total, 97% pertencem à categoria de micro, pequenas e médias empresas, que actuam em diferentes sectores.
Seguindo uma tendência global, em Moçambique, as MPME têm um papel importante no crescimento económico e alívio à pobreza, sendo este segmento responsável por contribuir com 23,4% para o PIB do País e por empregar perto de 300 mil trabalhadores formais (46% do total), de acordo com dados do INE e de fontes como o Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Mundial.
Estes são dados inequívocos que provam o quanto o sector das PME é expressivo em Moçambique, e um segmento com grande influência sobre toda a economia, não apenas pela considerável quantidade de empregos que gera, como também por ser um segmento de grande concorrência.
Assim sendo, é imprescindível asseverar que este segmento se torna sustentável, guiando-o para que possa garantir a continuidade das suas operações e gerar o tão expectável desenvolvimento económico e social.
Em Moçambique, as MPME têm um papel importante no crescimento económico e alívio à pobreza, sendo este segmento responsável por contribuir com 23,4% para o PIB do País e por empregar perto de 300 mil trabalhadores formais (46% do total)
Um dos caminhos para a tão almejada sustentabilidade das PME passa, inevitavelmente, pela “transformação digital” (TD). Será ela, em última análise, a assegurar a capacidade operacional destas empresas. Como? Através da optimização das operações, permitindo, por um lado, ganho de eficiência e, por outro, ganho financeiro.
Na prática, as mudanças provocadas pela TD, que inclui tanto a exploração das tecnologias digitais, quanto a exploração da inovação, devem ser aplicadas para melhorar os processos e a comunicação existentes nas PME, incluindo os seus esforços de vendas e marketing.
Se quiséssemos, por exemplo, listar algumas vantagens práticas da TD nas PME apresentaríamos as seguintes:
• Melhoria das informações para a tomada de decisões;
• Automatização das tarefas rotineiras;
• Melhoria do controlo interno das operações;
• Melhoria do atendimento ao cliente;
• Aumento da capacidade de encontrar problemas mais cedo;
• Melhoria do processo produtivo;
• Aumento da produtividade e da competitividade.
Como se pode ver, de uma forma geral, a TD encaminha as PME para uma maior eficácia das cadeias de valor existentes, e ainda oferece oportunidades de criar novo valor.
É certo que poderá surgir daí um novo desafio: o de alterar e/ou substituir, caso necessário, o core business destas empresas. Afinal, a TD implica, na sua essência, a evolução ou criação de um novo modelo de negócio.
Estas empresas poderão expandir ou encolher, uma vez que nesta era digital as tradicionais fronteiras sofrem também elas alterações, contribuindo para a evolução do cenário competitivo, com o surgimento, por exemplo, de novos concorrentes, sejam de indústrias adjacentes ou mesmo diferentes.
Porém, independentemente dos desafios que possam surgir (e diríamos que o maior pode ser a capacidade destas empresas quebrarem os seus próprios paradigmas), o caminho para a sustentabilidade operacional das PME está, sem dúvida, associado à capacidade deste segmento em adaptar-se a esta ferramenta – transformação digital – para fazer evoluir o seu modelo de negócio para um mais competitivo, garantindo os três pilares da TD: a experiência do cliente, a transformação dos modelos de negócio e os processos operacionais.
Este poderá ser um processo a médio, longo prazo e, provavelmente, oneroso, mas é um investimento que tem escrito “impacto positivo” e no qual vale a pena apostar.
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