O Governo chinês estabeleceu este domingo, 5 de Março, como meta para este ano (2023) um crescimento económico de cerca de 5%, num relatório divulgado antes do arranque da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo do país.
O anúncio, feito pelo primeiro-ministro cessante, Li Keqiang, surge após Pequim ter desmantelado a política de zero casos de covid-19 que deprimiu a actividade económica.
Em 2022, a economia chinesa cresceu 3%, o segundo ritmo mais lento desde há mais de 40 anos.
“Devemos priorizar a recuperação e expansão do consumo (interno)”, disse Li Keqiang, num discurso proferido no Grande Palácio do Povo, junto à praça de Tiananmen, em Pequim.
As relações de Pequim com Washington e vários países vizinhos deterioraram-se, nos últimos anos, face a uma política externa chinesa mais assertiva, que inclui a reivindicação da soberania de quase todo o mar do sul da China e o assédio a Taiwan.
Li Keqiang apelou este domingo a que se acelere o desenvolvimento industrial e tecnológico. Os planos industriais da capital chinesa constituem outra fonte de tensão com os EUA e outros parceiros comerciais, que reclamam que a China usurpa ou pressiona empresas estrangeiras a transferir tecnologia e subsidia e protege as suas empresas, violando os compromissos de abertura do mercado.
A economia chinesa foi também afectada, desde meados de 2021, por uma campanha para reduzir os níveis de alavancagem no sector imobiliário, um dos principais motores de crescimento do país. Algumas construtoras entraram em falência e outras não conseguiram pagar o juro de obrigações emitidas nos mercados doméstico e externo.
A força de trabalho chinesa está também em queda há uma década, pressionando os planos para aumentar a riqueza e a influência global do país.
Os gastos do consumidor estão a recuperar gradualmente, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) e alguns economistas prevêem que a economia chinesa cresça este ano 4,4%, bem abaixo da meta oficial.