O presidente da Fundação Macau, Un Kin Kuan, disse que irá defender, num órgão consultivo em Pequim, a criação de uma bolsa de valores na região chinesa para atrair empresas dos países de língua portuguesa.
Un Kin Kuan garantiu ao jornal de língua chinesa Ou Mun Iat Pou que irá apresentar a proposta junto da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), uma espécie de senado, sem poderes legislativos, cuja sessão anual começa no sábado, 4 de Março.
O também empresário defendeu que há empresas dos mercados lusófonos que poderiam ter interesse em listar-se numa nova bolsa de valores de Macau.
Un Kin Kuan afirmou que a criação de uma bolsa de valores no território, denominada na moeda chinesa, poderia promover a internacionalização do renmimbi (moeda chinesa).
A sessão anual da CCPPC decorre em paralelo com a Assembleia Popular Nacional (APN), a principal legislatura da China, que serve tradicionalmente para apresentar grandes iniciativas.
Em Novembro, o Parlamento de Macau aprovou uma revisão do sistema financeiro do território para “impulsionar o sector, nomeadamente a emissão de obrigações e títulos”, comunicou na altura o presidente da Autoridade Monetária de Macau, Benjamin Chan Sau San.
O Governo de Macau tem assumido a vontade de avançar com uma bolsa de valores, em sintonia com o papel que o território tem assumido enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, assim como para a prestação de serviços financeiros entre Pequim e o bloco lusófono.
Em Outubro de 2019, o Banco da China em Macau realizou emissões de obrigações verdes para financiar projectos amigos do ambiente, no valor de sete mil milhões de yuan (954 milhões de euros) em três moedas (dólar, euro e renmimbi) “que incluíram clientes lusófonos”.