O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) prevê que as economias africanas permaneçam resilientes e com uma perspectiva estável este ano e em 2024, segundo o relatório de Desempenho e Perspectivas Macroeconómicas de África.
O documento apresentado a 17 de Fevereiro, à margem da 36.ª Assembleia da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia, estima que a média do PIB africano estabilize em 4% nos próximos dois anos, contra 3,8% em 2022.
De acordo com um comunicado do BAD divulgado esta quarta-feira, 1 de Março, o continente continua a ser um tesouro para investidores inteligentes a nível mundial, mas deve lutar por taxas de crescimento mais elevadas.
Para o economista chefe e vice-presidente do BAD, Kevin Urama, o continente poderia beneficiar da elevada procura das suas matérias-primas, uma vez que os países procuram alternativas alimentares e energéticas em resposta às perturbações causadas pela guerra na Ucrânia.
Neste sentido, a maioria das moedas africanas, especialmente nos países exportadores de matérias-primas, perdeu um valor substancial em relação ao dólar em 2022, devido ao aperto da política monetária nos Estados Unidos. As taxas de depreciação variaram entre 21% no Maláui e 69% no Sudão do Sul, relata o comunicado.
Segundo o responsável do BAD, “para atenuar as significativas lacunas de financiamento em África, é imperativo adoptar políticas que possam mobilizar e alavancar o financiamento privado para o desenvolvimento do continente”.
Entretanto, Keniv Urama advertiu que a fraqueza da moeda nas economias mais globalmente integradas de África, como a Argélia, Quénia, Nigéria e África do Sul, pode persistir em 2023.
“Tal como em muitas economias nos mercados emergentes, os apertos das condições financeiras tiveram consequências desastrosas para a maioria das economias africanas”, afirmou o economista-chefe do BAD, acrescentando que “também se tornou difícil para os países africanos aceder aos mercados internacionais de capitais para novos financiamentos”.
Outros ventos adversos económicos incluem os efeitos colaterais do aumento das tensões geopolíticas, particularmente a invasão russa da Ucrânia.
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