A secretária-geral adjunta do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), Diene Keita, disse esta quarta-feira, 1 de Março, que o progresso em África é crucial para os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), usando o caso de Moçambique.
“O progresso em África vai determinar o progresso global dos ODS; o acesso a financiamento adequado é fundamental para garantir que as comunidades em Moçambique, Níger e no Sahel construam resiliência e adaptação às alterações climáticas”, afirmou Diene Keita, acrescentando que “as políticas têm de ser inclusivas para obter uma recuperação económica inclusiva”.
A intervenção da responsável foi feita no painel de alto nível da conferência “Fórum Regional Africano sobre Desenvolvimento Sustentável”, organizada pela Comissão Económica das Nações Unidas para África, que decorre esta semana em Niamey, a capital do Níger, e na qual se pretende debater a mobilização de financiamento para uma transição energética justa e o estabelecimento de parcerias inovadoras para sustentar uma recuperação económica inclusiva.
“Muito mudou desde que as Nações Unidas apresentaram, em 2015, o mapa para um rumo sustentável e razoável para o nosso povo e nosso planeta. Os efeitos das alterações climáticas, da pandemia do covid-19 e da guerra da Ucrânia estão a refazer as sociedades e a piorar a perspectiva de evolução”, lê-se no comunicado enviado esta terça-feira, à Lusa, no qual se alerta que alcançar os objectivos da Agenda 2030 e da Agenda 2063 e adaptar-se aos efeitos destas alterações estruturais vai implicar conseguir aceder a financiamento que garanta medidas para tornar as economias resilientes e sustentáveis.
Numa intervenção na reunião, o ministro do Planeamento e Desenvolvimento da Etiópia, Nemera Gebeyehu, comunicou que “é preciso tomar atenção ao financiamento da adaptação, que não teve atenção suficiente na COP27“, a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, que decorreu no final do ano passado (2022) em Sharm el-Sheikh, no Egipto.
“Apesar de uma transição energética justa garantir benefícios económicos e sociais significativos, alcançá-la vai implicar que os desafios enfrentados pelas comunidades e pelos trabalhadores, que estão a migrar para modos de vida mais sustentáveis, sejam enfrentados, ao mesmo tempo que é preciso garantir o acesso equitativo aos benefícios de uma economia resiliente e de carbono zero”, conclui-se no comunicado da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) sobre a reunião.
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