A Galp Moçambique e a ONG portuguesa Helpo inauguraram, a 13 de Fevereiro, a exposição Escola do Caminho Longo, da autoria da escritora Maria João Venâncio e do fotógrafo Luís Godinho.
A exposição retrata os dilemas vividos por 20 jovens deslocados na sequência dos efeitos das enchentes e da crise humanitária que se faz sentir na província de Cabo Delgado, nomeadamente os provocados pelos conflitos armados que destruíram escolas, casas e outras infra-estruturas, obrigando a que milhares de crianças se deslocassem para diferentes regiões do País e se afastassem da escola.
O objectivo da exposição é o de chamar a atenção para as condições em que as crianças deslocadas se encontram e cuidar para que as escolas que as recebem tenham a devida atenção para com elas.
Carlos Almeida, coordenador nacional da Helpo em Moçambique, declarou que a exposição retrata o drama vivido em Cabo Delgado, mas, acima de tudo, é um sinal de esperança porque “acreditamos que quem vem visitar a exposição, por um lado, sente o peso do que as pessoas deslocadas passam, mas, ao mesmo tempo, saem com a esperança de que com um pouco de ajuda é possível que a vida volte ao normal”.
Por sua vez, Paulo Varela, CEO da Galp, referiu que a empresa faz parte dos maiores investidores a actuar em Moçambique e, portanto, tem uma grande ligação e um compromisso de longo prazo com os povos e com o País. Varela acrescentou que de entre os compromissos da empresa “faz parte a missão de se trabalhar para o desenvolvimento integrado da Nação nas comunidades onde estamos inseridos e criarmos empregos e riqueza. Encontramos na Helpo um parceiro excelente para desenvolver várias iniciativas sociais, e este projecto com as crianças de Cabo Delgado é só um deles. Vamos continuar a trabalhar para trazer esperança, sobretudo aos jovens, porque não há dúvida nenhuma que investir na educação é investir no futuro de Moçambique”.
A Helpo opera na província de Cabo Delgado desde 2009, tendo começado, em 2011, a operar no distrito da Mocímboa da Praia (um dos mais afectados pelos ataques arnados na região) e, desde 2017, quando começaram os ataques armados, passou a acompanhar atentamente os locais para onde as famílias se tinham deslocado e as condições neles existentes, sobretudo as referentes às escolas das crianças.