O chefe do Departamento de Fiscalização do Instituto do Mar, Águas Interiores e Pescas (INMAR) da Zambézia, Augusto Dongo, informou esta quinta-feira, 16 de Fevereiro, em Quelimane, que uma tonelada de caranguejo capturado no período de veda em curso foi devolvida ao seu habitat pela instituição que dirige.
Em declarações ao jornal notícias, Augusto Dongo referiu que, no mesmo período, uma empresa chinesa foi multada em mais de 50 mil meticais por transporte ilegal de crustáceos em fase de desenvolvimento.
De acordo ainda com a fonte, foram apreendidas, desde Novembro do ano passado, 16,7 toneladas de camarão de superfície que seguiam para várias praças comerciais no mercado nacional.
Augusto Dongo explicou que o caranguejo em causa foi apreendido na primeira quinzena de Fevereiro devido a um trabalho inspectivo terrestre e marítimo, depois de várias denúncias de pesca ilegal. “Um dos maiores constrangimentos para a fiscalização é a limitação de recursos. A actividade é onerosa porque envolve embarcações, combustíveis e aspectos administrativos”, lamentou o responsável.
O chefe do INMAR destacou a crescente consciencialização de alguns centros de pesca e da população, que têm cooperado com o Governo na denúncia da pesca ilegal, o que demonstra “estar a crescer a consciência sobre protecção dos recursos naturais”.
Além da fiscalização de viaturas e de embarcações, também foram tidas em conta as artes nocivas de pesca, e as infracções levaram à aplicação de multas que renderam aos cofres do Estado cerca de 400 mil meticais.
A província da Zambézia tem uma costa de 400 quilómetros que carece de fiscalização permanente para evitar que haja pesca ilegal de recursos em período de veda.
O responsável também explicou que a maior preocupação do Estado não é a apreensão e penalização com multas aos infractores, mas sim aumentar a consciência de todos os envolvidos nas actividades piscatórias para uma pesca responsável e sustentável.
Durante o período de veda em curso, foram fiscalizadas 601 artes nocivas, das quais 96 foram apreendidas em locais como Chuabo Dembe, em Quelimane; Macuse, em Namacurra; e Maganja da Costa, onde foram registadas reincidências.
Augusto Dongo informou que já pediu apoio aos fiscais comunitários alocados aos centros de pesca, de modo a ter-se uma actividade sustentável.
Recorde-se que, na província da Zambézia, o distrito de Pebane é o que conta com a maior comunidade de pescadores, distribuídos em 36 conselhos de pesca, que contribuem anualmente com mais da metade da produção pesqueira provincial, estimada em 98 mil toneladas.
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