A agricultura em Angola cresceu 5,6% no ano agrícola 2021/2022, anunciou esta quarta-feira, 15 de Fevereiro, o ministro da Agricultura e Florestas, António de Assis, considerando que o resultado reflecte níveis de crescimento da produção satisfatórios, embora tímidos.
António de Assis referiu que no ano agrícola 2021/2022 o sector registou um crescimento da produção de 5,6%, comparativamente ao ano anterior (2020/2021), como demonstram as plataformas comerciais nos principais mercados do país e nas vias à berma das estradas nacionais.
“Para que este crescimento seja sustentável e se reflicta na melhoria da condição de vida da população, torna-se necessário alargar os níveis de intervenção, tanto a nível das famílias camponesas, que representam 90% da área agrícola trabalhada e 86% da produção agrícola, como na criação de políticas de suporte e incentivo para promover o investimento em grande escala”, realçou o ministro.
António de Assis participou, esta quarta-feira, na abertura da V conferência promovida pela revista Economia & Mercado, que abordou o tema “Agro-indústria, a Reserva Nacional Estratégica e as Razões por que Continuamos a Depender de Importações”.
Segundo o governante, no ano agrícola 2022/2023, de um total de 1,7 milhões de famílias camponesas diagnosticadas, 1,2 milhões foram assistidas, representando 70,2% das famílias rurais agrícolas.
O ministro salientou que “a produção nacional ainda enfrenta o grande desafio do acesso aos insumos que, por imperativo das circunstâncias, são na sua maioria importados”.
Embora já existam em Angola iniciativas privadas como a produção de tubos e motocultivadoras, blenders e fertilizantes, António de Assis admitiu que “há muito trabalho pela frente para resolver essa questão”, que se apresenta como uma oportunidade de negócio.
“Gostaríamos também de aqui destacar os incentivos do Governo em vigor, tais como a emissão da declaração de exclusividade, que isenta o pagamento de direitos aduaneiros para importação de máquinas, equipamentos e insumos agrícolas e a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) para 5%”, frisou.
Relativamente à produção pecuária, o ministro disse que foram distribuídos, no âmbito do programa de fomento da avicultura familiar, que arrancou em 2019, aproximadamente 500 mil pintos e prestada assistência técnica a mais de 15 mil famílias em 16 das 18 províncias, sendo a maior beneficiária a Huíla.