Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 55 estados que integram a União Africana (UA) começaram esta quarta-feira, 15 de Fevereiro, a preparar em Addis Abeba, capital da Etiópia, as linhas mestras da 36.ª Cimeira de chefes de Estado e de Governo desta organização, que vai decorrer entre 17 e 19 de Fevereiro, também em terras etíopes.
Entre as prioridades dos países africanos está desde logo a paz, com sucessivos golpes militares em países como o Burkina Faso, Guiné Conacri e Mali a marcarem os últimos anos e a destabilizarem a região. Também o conflito aberto entre a República Democrática do Congo e o Ruanda, a junta militar no Chade e a situação no norte da Etiópia – onde apesar de a paz já ter sido estabelecida entre os rebeldes do Tigray e o Governo, continua a ameaça de tropas da Eritreia – são temas que estarão em discussão.
Estes conflitos serão discutidos no seio de uma reunião do Conselho de Paz e Segurança, que se vai realizar no dia 17 de Fevereiro, com várias reuniões paralelas das organizações regionais africanas, incluindo a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), havendo uma Cimeira Extraordinária, presidida por Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné Bissau, prevista também para o fim-de-semana.
Já o mote da 36.ª Cimeira é a concretização da Zona de Comércio Livre africana, com o embaixador de Angola na Etiópia, Francisco José da Cruz, a declarar à imprensa angolana que esta iniciativa criará uma nova dinâmica económica no continente que poderá vir a abranger 1,3 mil milhões de pessoas.
Outros temas abordados pelos ministros no Conselho Executivo tendo em vista a reunião de chefes de Estado é a operacionalização do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, assim como a evolução de uma Agência Africana do Medicamento e a preparação do ano da nutrição, tendo em conta as conclusões da cimeira de Dacar sobre segurança alimentar, que decorreu no final de Janeiro.
Também desta cimeira vai sair a próxima presidência rotativa da UA que, após um duelo diplomático com o Quénia, deverá ficar a cargo das Ilhas Comores. Será a primeira vez que um Estado insular africano vai assumir este cargo.