A multinacional britânica Gemfields anunciou hoje (14), a evacuação e suspensão das operações na sua mina localizada no distrito de Nairoto, província de Cabo Delgado, devido a um ataque armado nas imediações.
“Pouco antes da meia-noite de domingo, 12 de Fevereiro, ocorreu um ataque atribuído a insurgentes na aldeia de Nairoto, na província de Cabo Delgado, em Moçambique”, anunciou a empresa em comunicado, de acordo com o qual a aldeia atacada está, aproximadamente, a 15 quilómetros a sudoeste da mina da empresa Nairoto Resources Limitada (NRL), em que a Gemfields detém 75% de participações.
“Como consequência, a NRL iniciou o processo de evacuação, com a saída de funcionários operacionais e empreiteiros, pelo que as operações no local cessaram”, descreveu a empresa.
Nairoto fica aproximadamente a 83 quilómetros a norte da Montepuez Ruby Mining (MRM), em que a Gemfields também detém 75% de participações.
Segundo a multinacional, na Montepuez Ruby Mining, as actividades continuam a decorrer normalmente, sem nenhum impacto nas operações.
“A Gemfields, especificamente a MRM e a NRL, consideram a saúde e a segurança dos seus funcionários e empreiteiros como a sua maior prioridade e mantêm-se em contacto regular com as autoridades governamentais”, concluiu o comunicado.
A província de Cabo Delgado tem vindo a ser assolada por um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela região.
O conflito já provocou mais de 4000 mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas.
Desde Julho de 2022 que uma ofensiva militar de Maputo, com apoio do Ruanda e, posteriormente, da SADC, possibilitou um clima de maior segurança na região que não era sentido há anos, e recuperou localidades que estavam controladas pelos rebeldes, como a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde 2020.
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