Ter despesas fixas mensais faz parte de quem tem uma casa para gerir. É a conta da água, da luz, do gás, a renda ou a prestação ao banco, o condomínio… as facturas para pagar vão surgindo na caixa de correio e, na verdade, nem se assusta muito, porque sabe que é normal.
Pode acontecer, no entanto, que o jogo das contas para pagar ao mês saia do seu controlo. Um dia olha para a caixa de correio e tem vários envelopes, todos a pedir a liquidação de dívidas e mensalidades, e de repente dá por si a olhar para um ordenado espremido quando o mês ainda nem vai a meio.
Como lidar com as contas para pagar
É praticamente impossível viver sem contas fixas para pagar. A menos que viva numa caverna sem água nem luz, as contas vão sempre aparecer regularmente e isso, desde que não o sufoque, não tem mal nenhum. O objectivo aqui é ajudá-lo a controlar o número de contas e o peso que elas têm no seu orçamento, por isso não acredite que vai “limpar” o seu registo de compromissos milagrosamente.
Faça uma lista do que paga
É muito fácil perder o rasto às contas que paga mensalmente. O dinheiro sai-lhe da conta regularmente, sem grande escândalo, e como não vê o processo nem se lembra que ele acontece.
Assim, o primeiro passo para uma vida financeira mais controlada é um registo. Olhe para o seu extracto bancário e identifique todas as contas que pagou e que são regulares: a água, a luz, o gás, a renda, o empréstimo do carro, o ginásio… tudo o que paga mensalmente.
Na lista devem constar a descrição da despesa, o montante e o nome do credor. É com esta informação que vai jogar nos passos seguintes.
Pondere agregar despesas
Olhe para a lista dos credores e categorize-os por área de negócio. Provavelmente a sua lista tem nomes de empresas que vendem a mesma coisa: telecomunicações, ginásios, energia, créditos… e se consolidasse estes valores?
Procure as empresas a quem paga e pergunte se não podem fornecer todos os serviços que usa naquela área de negócio, agregando a despesa total. Pode, por exemplo, juntar todos os telemóveis da família num único plano familiar ou consolidar os créditos pessoais com o do carro na mesma instituição bancária.
A vantagem de consolidar as dívidas é que, frequentemente, os prestadores do serviço concedem bons descontos, reduzindo a sua despesa total todos os meses.
Livre-se de algumas contas
Se está a sentir-se sobrecarregado com tantas contas para pagar, esta é uma estratégia da qual não vai poder fugir. A matemática não costuma ser subjectiva, por isso a solução segue sempre o mesmo caminho: se tem contas a mais, tem de passar a ter menos.
Para reduzir o número de contas a pagar todos os meses, um dos caminhos é anular os serviços de que beneficia. Custa deixar de ir ao ginásio ou passar a ir menos vezes? Claro que custa. Custa deixar de ver uma série? Sim. Mas repare: nenhuma destas coisas é mais importante do que a sua saúde financeira.
Abdicar de uma parte da sua vida não é nada fácil, mas muitas vezes é a única alternativa. Se precisar de motivação, pense que este pode ser um corte temporário e que em breve poderá voltar a subscrever aqueles serviços se recuperar a saúde financeira.
Outra forma de eliminar contas da lista é pagá-las na totalidade. Comprar bens de consumo em prestações raramente é bom negócio e deixa-o preso a mensalidades que, juntas, lhe pesam muito no bolso.
Assim, se tem mensalidades activas de produtos que comprou e não são impossíveis de pagar a pronto, amortize a totalidade da dívida. O esforço financeiro a curto prazo vai ser muito grande, mas vale a pena, porque no mês seguinte já não tem aquela conta para pagar. A partir daqui, lembre-se sempre: não é boa opção comprar produtos de baixo valor em prestações.
Renegoceie com os credores
Se as dívidas se acumulam, não se deixe chegar ao limite: procure as instituições a quem tem de pagar prestações e peça para renegociar a dívida. Admitir dificuldades financeiras não é fácil nem agradável, mas nenhuma empresa vai preferir perder o dinheiro do que recebê-lo mais devagar.
Arranje mais rendimentos
Esta é uma solução limite, porque exige um maior esforço físico e mental, mas se de facto tem muitas contas para pagar e não consegue liquidá-las de imediato, o melhor é arranjar mais fontes de rendimento para o ajudar a fazer face a todos os custos.
A boa notícia é que se uma parte das suas despesas fixas mensais for relativa a compromissos de curta duração (por exemplo, bens de consumo que comprou a prestações), provavelmente esta fonte de rendimento extra é apenas temporária e pode libertar-se dela assim que acabar de pagar algumas dívidas.
Fonte: Ekonomista
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