O Presidente da República, Filipe Nyusi, desafiou nesta segunda-feira, 6 de Fevereiro, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) a reforçarem os mecanismos de combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado.
O desafio foi lançado em Maputo, durante a tomada de posse de André Rafael Mahunguane, nomeado para o cargo de chefe do Estado-Maior da Casa Militar, e Eugénio Henrique Zitha Matlaba, para o cargo de vice-comandante da Academia Militar Marechal Samora Machel.
De acordo com o chefe de Estado, para que se alcancem os ganhos desejados, é preciso que as FDS apostem na formação de quadros e na modernização das estratégias de combate ao terrorismo.
“Hoje a defesa da pátria e da soberania é mais exigente. A missão da academia, que é formar oficiais, deixou de ser um mero exercício estatístico que se cinge apenas ao número de quadros formados. Os oficiais formados devem ser portadores de aptidões para responder à actual conjuntura da segurança nacional caracterizada por múltiplas ameaças, sobretudo a ocorrência de ataques de grupos terroristas”, declarou Filipe Nyusi.
Os empossados foram nomeados para os cargos na passada quinta-feira, 2 de Fevereiro, pelo Presidente da República em despachos separados.
Cabo Delgado vive um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela região.
O conflito já provocou mais de 4000 mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas.
Desde Julho de 2022 que uma ofensiva militar de Maputo, com apoio do Ruanda e, posteriormente, da SADC, possibilitou um clima de maior segurança na região que não era sentido há anos, e recuperou localidades que estavam controladas pelos rebeldes, como a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde 2020.
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