Os governos de Moçambique e da África do Sul criaram três equipas para investigar as causas da violência contra cidadãos e viaturas com matrícula moçambicana na região de Kwazulu Natal, na África do Sul.
Os recentes episódios de violência contra cidadãos e viaturas moçambicanas foram debatidos neste sábado, 4 de Fevereiro, pelos efectivos da polícia de Moçambique e da África do Sul que procuram encontrar uma explicação para estes episódios.
Paulo Chachine, representante de Moçambique no encontro, anunciou a criação de três equipas para analisar as causas da violência contra cidadãos e viaturas de matrícula moçambicana na região de Kwazulu Natal, na África do Sul.
“As partes decidiram que se constituíssem três equipas para dar seguimento às constatações que foram apresentadas. Foi criada uma equipa para se reforçar as operações conjuntas, outra para se trabalhar na investigação e outra para trabalhar no processo de repatriamento ou devolução de viaturas”, explicou o representante de Moçambique.
A polícia sul-africana garantiu que já foram abertos processos contra os autores, ainda desconhecidos, dos ataques a viaturas de cidadãos moçambicanos que chegam ao país vizinho a partir da fronteira da Ponta de Ouro.
Entrevistado pela Rádio France Internacional (RFI), o professor universitário André Thomas Hausen fala em episódios de “xenofobia”, argumentado que estas reacções estão associadas à crise económica que se vive na África do Sul e defende que “não há solução à vista, porque o Governo sul-africano tem outros assuntos pendentes”, reconhecendo, no entanto, que a única hipótese poderá ser a “contratação de empresas privadas de segurança”.
Em 2020, ataques xenófobos acabaram com a morte de um emigrante moçambicano perto de Joanesburgo.
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