O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse na última quinta-feira, 2 de Fevereiro, que o seu Executivo procura estabelecer um consenso para o encerramento da última base da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), no âmbito dos acordos de paz.
Em causa está o adiamento, em Dezembro, do encerramento da base central do braço armado da Renamo na serra da Gorongosa, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) previsto no acordo de paz assinado com o Governo em 2019.
“Procuramos estabelecer um consenso sobre o encerramento da última base da Renamo na província de Sofala “, disse Filipe Nyusi, durante um encontro com chefes das missões diplomáticas acreditadas em Moçambique.
Entre as reclamações do principal partido de oposição em Moçambique destacam-se os atrasos nas pensões que deviam ser pagas aos guerrilheiros desmobilizados, um problema para o qual o enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas a Moçambique e presidente do grupo de contacto nas negociações, Mirko Manzoni, tinha alertado.
Segundo Filipe Nyusi, a intenção do Executivo moçambicano é garantir que as pensões para os guerrilheiros da Renamo sejam sustentáveis.
“Em todas sociedades e nações, quem tem direito a pensões é quem trabalhou e teve descontos. Este não é o caso, mas para o sucesso deste processo estamos a envidar esforços para que eles tenham pensões”, explicou o chefe de Estado moçambicano.
O processo de DDR faz parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em 6 de Agosto de 2019 entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.
O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a principal força da oposição, todos assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.
No âmbito do acordo, do total de 5221 elementos a abranger, cerca de 4700 (90%) já entregaram as armas, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança.
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