O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse ontem, 3 de Fevereiro, que o restabelecimento da paz e a reconstrução dos edifícios públicos em áreas afectadas pelas incursões rebeldes em Cabo Delgado são prioridades.
“Apesar de existirem ainda focos isolados de ataques terroristas, está a ser feito um grande esforço para o restabelecimento da segurança nos locais afectados”, declarou o chefe de Estado moçambicano durante as cerimónias centrais das comemorações do Dia dos Heróis Nacionais, que se assinalou nesta sexta-feira.
Segundo Filipe Nyusi, além dos esforços para a estabilização dos pontos afectados pela insurgência, as autoridades moçambicanas tudo têm feito para cumprir os calendários da reconstrução dos edifícios públicos devastados pelos rebeldes.
“Temos estado a reconstruir gradualmente os edifícios de serviços e outras infra-estruturas socioeconómicas, como as de energia, água, saúde, comunicações e vias de acesso”, afirmou o chefe de Estado moçambicano.
Mesmo classificando os resultados operacionais das forças governamentais no terreno como positivos, Filipe Nyusi reiterou que não se pode considerar que a ameaça terrorista tenha sido extinta.
“Não estamos a dizer que o terrorismo acabou”, frisou o Presidente da República, que destacou os esforços das forças governamentais que combatem os rebeldes no terreno.
A província de Cabo Delgado está assolada por um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela região.
O conflito já provocou mais de 4000 mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas.
Desde Julho de 2022 que uma ofensiva militar de Maputo, com apoio do Ruanda, e posteriormente da SADC, possibilitou um clima de maior segurança na região que não era sentido há anos, e recuperou localidades que estavam controladas pelos rebeldes, como a vila de Mocímboa da Praia, ocupada desde 2020.
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