A nova presidente da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP) disse ontem, 2 de Fevereiro, que uma das prioridades do mandato é ajudar as empresas a apresentarem projectos que sejam apetecíveis para o financiamento bancário.
“No mundo pensa-se que pode não haver verbas para alavancar os projectos [de empresas lusófonas no espaço lusófono], mas percebemos pelo trabalho que fazemos internamente que o problema é que não há bons projectos para serem bancarizados”, afirmou Nelma Fernandes, à margem da cerimónia pública de tomada de posse, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
“Vamos apoiar os empresários a construir projectos sólidos que possam ser financiados e implementados dentro da comunidade” dos países lusófonos, prometeu a sucessora de Salimo Abdula, o histórico presidente da confederação que junta os empresários lusófonos.
Questionada sobre as prioridades do mandato, Nelma Fernandes apontou também a mobilidade e a capacitação dos empresários.
“Há pelo menos três situações em concreto que esta direcção, neste mandato de 2022 a 2026, vai cumprir, e a primeira é a capacitação empresarial”, disse a empresária, admitindo que “há uma grande lacuna dentro da comunidade composta por países em diferentes estágios e alguns precisam desta alavanca comercial para conseguir dar resposta às suas necessidades”.
Depois, apontou a mobilidade como outro dos principais temas, salientando que “os empresários estão condicionados pelos vistos” e que se irá “trabalhar para, pelo menos, tentar a ajudar a construir as melhores soluções” para acabar “com esse obstáculo”.
A cerimónia pública de posse acontece após o presidente da Câmara de Comércio do Sotavento (Cabo Verde) ter interposto uma providência cautelar contra a tomada de posse, que já aconteceu em 12 de Dezembro, no seguimento de uma votação que foi anulada por alguns países-membros não terem as quotas em dia, o que inviabilizou o resultado eleitoral e possibilitou que a lista encabeçada por Nelma Fernandes vencesse a votação feita apenas pelos seis membros com as quotas regularizadas.
“O moçambicano Salimo Abdula liderou a CE-CPLP nos últimos nove anos”
Questionada sobre se a polémica dos últimos dias pode influenciar o seu mandato, Nelma Fernandes respondeu: “Não há polémica, a CE-CPLP rege-se pelos estatutos e pelos regulamentos internos, a CE-CPLP não são pessoas, tem a sua direcção, tem a mesa de assembleia-geral e o conselho fiscal e estes são os órgãos que estão constituídos, por isso não atrapalha em nada o que é o nosso trabalho”.
Em relação a situações deste género, concluiu: “Vão no sentido de tentar manchar alguma instituição, mas enfim, é o mundo que temos hoje em dia”.
Fazem parte da CPLP, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, perfazendo uma comunidade de cerca de 255 milhões de pessoas.
O moçambicano Salimo Abdula liderou a CE-CPLP nos últimos nove anos.
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