O Conselho Nacional de Defesa e Segurança (CNDS) de Moçambique pediu nesta quinta-feira, 2 de Fevereiro, “soluções imediatas às autoridades competentes” para travar os ataques a carros de moçambicanos na África Sul.
“O Conselho Nacional de Defesa e Segurança instou as autoridades competentes para, junto do Governo daquele país, encontrarem soluções imediatas para a erradicação do problema”, refere uma nota da Presidência da República enviada à comunicação social.
O comunicado faz um balanço da reunião ordinária do Conselho de Defesa e Segurança dirigida ontem pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
O CNDS “condenou com veemência a onda de vandalização” das viaturas, acrescenta a nota.
Pelo menos seis veículos moçambicanos, incluindo um autocarro e um camião, foram queimados por assaltantes desde a última semana na estrada R22, entre Hluhluwe e Mbazwane, África do Sul.
O troço, a cerca de 90 quilómetros da fronteira com Moçambique, faz parte da ligação usada por vários transportadores entre Maputo e Durban.
Os ataques surgiram depois de comunidades locais daquela zona de KwaZulu-Natal se terem queixado de vários roubos de veículos alegadamente contrabandeados para Moçambique e que têm passado impunes.
“Fazer a lei com as vossas próprias mãos, incendiando veículos, só vai agravar o problema”, explicou o comissário nacional da polícia sul-africana, Fannie Masemola, num encontro com a população na terça-feira.
No mesmo documento, a Presidência refere que o Conselho de Defesa enalteceu ainda o desempenho dos militares na “melhoria assinalável da segurança” no norte do País, onde têm sido registados ataques armados desde 2017.
Segundo o CNDS, a melhoria da segurança em Cabo Delgado “concorre para o regresso gradual das populações” às suas zonas de origem.
A província de Cabo Delgado está assolada por um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela região.
O conflito já provocou mais de 4000 mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas.
Desde Julho de 2022 que uma ofensiva militar de Maputo, com apoio do Ruanda, e posteriormente da SADC, possibilitou um clima de maior segurança na região que não era sentido há anos, e recuperou localidades que estavam controladas pelos rebeldes, como a vila de Mocímboa da Praia, ocupada desde 2020.
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