O empresariado moçambicano demonstrou nesta quarta-feira, 1 de Fevereiro, entusiasmo com a provável retoma de actividade da petrolífera multinacional TotalEnergies em Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Uma das expectativas dos empresários é o pagamento das dívidas aos fornecedores.
Para o presidente do Pelouro de Política Fiscal, Aduaneira e Comércio Internacional da Confederação das Associações Económicas (CTA), Félix Machado, este regresso da petrolífera traz algum “oxigénio” para o sector privado, sobretudo com a possibilidade de algumas dívidas serem pagas.
Segundo o responsável, o empresariado moçambicano espera que, com a presente retoma, a multinacional contribua em várias outras áreas de desenvolvimento no País, ou seja, que não esteja somente focada na área de petróleo e gás.
“Não é suficiente a retoma, devemos ver, mais tarde, a contribuição que a TotalEnergies trará para o País, e não repararmos só naquilo que vai tirar daqui. Queremos uma contribuição efectiva”, salientou a fonte da CTA.
De acordo com as informações avançadas, Patrick Pouyanné deverá visitar o País para discutir o recomeço dos trabalhos do megaprojecto de Gás Natural Liquefeito (duas instalações de liquefacção de 12,9 milhões de toneladas) na península de Afungi, Província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
A província de Cabo Delgado está assolada por um conflito desde 2017 que aterroriza as populações. Grupos de rebeldes armados têm pilhado e massacrado aldeias e vilas um pouco por toda a província e uma variedade de ataques foi reivindicada pelo ‘braço’ do autoproclamado Estado Islâmico naquela região.
O conflito já provocou mais de 4000 mortes (dados do The Armed Conflict Location & Event Data Project) e pelo menos um milhão de deslocados, de acordo com um balanço feito pelas autoridades moçambicanas.
Desde Julho de 2022 que uma ofensiva militar de Maputo, com apoio do Ruanda, e posteriormente da SADC, possibilitou um clima de maior segurança na região que não era sentido há anos, e recuperou localidades que estavam controladas pelos rebeldes, como a vila de Mocímboa da Praia, ocupada desde 2020.
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