Os parceiros para o desenvolvimento de África comprometeram-se, na Cimeira Alimentar Africana de Dacar 2, com um total de 30 mil milhões de dólares para desenvolver a agricultura no continente, disseram na última sexta-feira, 27 de Janeiro, os organizadores.
O valor foi anunciado pelo presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, durante o seu discurso de encerramento do evento, no Senegal.
“Com determinação e resolução colectivas, trabalharemos em coordenação e parceria para ajudar os países a terem êxito. É verdadeiramente espantoso que em apenas dois dias tenhamos colectivamente conseguido tanto”, congratulou-se Akinwumi Adesina, citado pela agência espanhola de notícias, EFE.
O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar do Senegal, Aly Ngouille Ndiaye, elogiou “as promessas feitas de 10 mil milhões de dólares do BAD e 20 mil milhões de dólares de vários outros parceiros para apoiar a transformação da agricultura africana através do estabelecimento de compactos nacionais”.
Entre estes parceiros está o Banco Islâmico de Desenvolvimento, que prometeu mais de sete mil milhões de dólares em financiamento para projectos agrícolas em África ao longo dos próximos cinco anos, somando aos 11 mil milhões de dólares já investidos pela instituição no continente africano.
“A agricultura é o principal pilar do desenvolvimento. Se não desenvolver primeiro a sua agricultura, África não terá excedente de alimentos, dinheiro, competências e seres humanos que farão avançar a economia”, disse Muhammad Sulaiman Al Jasser, presidente daquela instituição bancária, durante o seu discurso na cimeira.
Os Países Baixos anunciaram também 500 milhões de dólares para programas de segurança alimentar específicos na África Subsaariana durante os próximos cinco anos.
O presidente do BAD já tinha anunciado o compromisso do banco em apoiar compactos de garantia de alimentos e agricultura, no valor de 10 mil milhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos, na abertura do evento.
Sob o tema Alimentar África: Soberania e Resiliência Alimentares, o fórum reuniu mais de 30 chefes de Estado e de Governo, bem como representantes de países ocidentais, do sector privado, agências da ONU e Organizações não-governamentais.
O objectivo do evento era procurar soluções para o desafio da segurança alimentar em África e reforçar a resiliência a futuras crises.
O continente africano tem 65% das terras mais aráveis do mundo e recursos hídricos abundantes, com potencial para alimentar nove mil milhões de pessoas no mundo até 2050, de acordo com o BAD. Só as suas vastas áreas de savana estão estimadas em 400 milhões de hectares, dos quais apenas 10% são cultivados.
No entanto, com 249 milhões de pessoas, o continente alberga um terço da população mundial em situação de fome.
Segundo o BAD, com a eliminação dos obstáculos ao desenvolvimento agrícola e a ajuda de novos investimentos, a produção agrícola africana poderia aumentar de 280 mil milhões de dólares por ano para um bilião de dólares até 2030.
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