A província da Zambézia, no centro do País, tem mais de cinco mil quilómetros de estradas, dos quais 650 poderão ser afectados na presente época chuvosa 2022/2023. O plano de contingência prevê danos nas plataformas de estrada e destruição de aquedutos que poderão demandar emergência.
Diante destas projecções, a Administração Nacional de Estradas (ANE) na Zambézia avançou, na semana passada, que ainda não dispõe de nenhum valor, estando actualmente com um défice de 950 milhões de meticais.
“Pelas nossas estimativas, estamos com um défice de 950 milhões de meticais para utilização imediata. Neste momento, ainda não temos nenhum valor para intervenção”, avançou o delegado da ANE na Zambézia, Ramiro Rudias.
De acordo com o responsável, o mau tempo que tem se verificado está a causar danos incalculáveis no sector de estradas, destruindo plataformas, pontes e aquedutos.
“Há danos da época chuvosa 2021/2022 que a província da Zambézia ainda não conseguiu reparar. Estamos a procurar recursos para resolver a situação. E vão surgindo novos danos na sequência das enxurradas subsequentes”, precisou a fonte.
Todavia, o delegado garantiu que a ANE vai fazer o aprovisionamento das pontes metálicas de modo a permitir que não ocorram situações de intransitabilidade.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Abril e Outubro.
Na época chuvosa 2020/2021, o país foi assolado por eventos climáticos extremos com destaque para a tempestade Chalane e os ciclones Eloise e Guambe, além de outras semanas de chuva intensa e inundações.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) de sempre a atingir o território.