A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas começou hoje, 26 de Janeiro, uma visita de dois dias a Maputo a plantar mangal e a apanhar lixo com voluntários na praia da Costa do Sol.
“Esta é uma prioridade para o Governo de Moçambique, mas também para todo o mundo e para os EUA”, referiu Linda Thomas-Greenfield, ao lado dos participantes em projectos de protecção costeira apoiados pela embaixada norte-americana.
Os EUA “são parceiros do País e destes esforços em prol do ambiente e face às mudanças climáticas”, sublinhou, de pá numa mão, e mudas de mangal (arbusto denso que prende as dunas) na outra.
“Às vezes temos de sujar as mãos na areia para um país sobreviver. Estou pronta, vamos ao trabalho”, declarou, aproveitando a maré baixa na Costa do Sol.
Moçambique tem sido apontado como um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas, fragilidade a que as autoridades locais têm dado eco em fóruns internacionais para se tornarem mais resilientes.
Na parte que lhe toca, Linda Thomas-Greenfield plantou cinco árvores de mangal que promete “verificar regularmente” através da Internet.
Esta tarde, a diplomata vai encontrar-se com a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo.
A visita dá seguimento à cimeira EUA-África, que em Dezembro reuniu em Washington cerca de 50 líderes africanos, e na qual o Governo de Joe Biden reforçou o seu compromisso de expandir e modernizar as relações com o continente africano.
Fortalecer parcerias com actuais e ex-membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo Moçambique (que acaba de iniciar o seu primeiro mandato como membro não-permanente) é um dos pontos na agenda da diplomata.
Os EUA já se comprometeram a apoiar uma reforma do órgão para que possa ter um maior número de assentos permanentes e não-permanentes, inclusive para África.
Em geral, quase todos os países da ONU consideram necessário reformar o Conselho de Segurança, mas não há acordo sobre como fazê-lo, com diferentes propostas na mesa há anos.
O poder de veto tem sido uma das questões mais polémicas e alvo de vários pedidos de modificação, mecanismo que tem sido usado pela Rússia para impedir que o Conselho de Segurança actue contra si face à guerra na Ucrânia.
Num outro plano, Linda Thomas-Greenfield irá concentrar parte dos seus esforços na abordagem de questões de segurança regional, fortalecimento da segurança alimentar e no apoio à resiliência e recuperação africana face aos efeitos das mudanças climáticas.
Amanhã, sexta-feira, Linda Thomas-Greenfield, reúne-se primeiro com representantes das operações das Nações Unidas em Moçambique, onde existem acções humanitárias em curso, e depois com estudantes em programas internacionais.
A diplomata seguirá depois para o Quénia no périplo africano que arrancou no Gana, na quarta-feira.