Moçambique manteve a 26.ª posição no Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG) 2022, mas o declínio registado na última década está em desaceleração, indica o relatório publicado esta terça-feira, 24 de Janeiro.
Segundo o estudo, elaborado pela Fundação Mo Ibrahim, Moçambique mostrou maior progresso na categoria de “Desenvolvimento Humano”, mas esta tendência está a abrandar na de “Bases para as oportunidades económicas”.
Por outro lado, o País está em deterioração nas categorias de “Participação, direitos e inclusão” e “Segurança e Estado de direito”, com maior gravidade na segunda.
A insegurança relacionada com os ataques terroristas de grupos extremistas islâmicos no Norte do País e a prevalência elevada de casamento infantil contribuem para o mau desempenho, refere o estudo.
O Índice Ibrahim de Governação Africano mede anualmente a qualidade da governação em 54 países africanos através da compilação de dados estatísticos do ano anterior.
Apesar de ter registado um progresso ligeiro de 1,1 pontos na última década, entre 2012 e 2021, a curva de crescimento que o IIAG vinha a registar desde 2014 estagnou desde 2019.
A desaceleração, que coincide com o período da pandemia de covid-19, deve-se sobretudo ao aumento de conflitos armados, repressão contra civis e retrocessos democráticos em geral, que causaram deteriorações em termos de segurança, respeito do Estado de direito, participação e direitos civis.
Estes recuos anularam avanços registados em África com mais oportunidades económicas e desenvolvimento humano, em particular no acesso a cuidados de saúde.