A Eni Rovuma Basin está à procura de parceiros para a construção, em Moçambique, de um complexo agro-industrial para a extracção de bio-óleo de diferentes insumos agrícolas e uma planta para a produção de carvão ecológico, como sub-produto.
Para o efeito, a multinacional italiana lançou, recentemente, um concurso público internacional visando a contratação de empresas para a prestação de serviços de engenharia, aquisição, transporte, construção, instalação, comissionamento, arranque e testes de desempenho das referidas plantas.
Numa nota consultada pelo Notícias e publicada hoje, 24 de Janeiro, a Eni não quantifica os custos envolvidos. Contudo, refere que a planta de extracção de óleo deverá ser executada ainda este ano enquanto a de carvão ecológico só será concluída em 2024.
Presente em Moçambique desde 2006, a Eni descobriu, entre 2011 e 2014, recursos gigantescos de gás natural na Bacia do Rovuma, nos reservatórios Coral, Complexo Mamba e Agulha, com cerca de 2400 biliões de metros cúbicos de gás.
Em Março do passado, a italiana Eni e o Governo moçambicano fecharam um acordo para o desenvolvimento de um projecto de biocombustíveis, por meio da matéria-prima produzida por pequenos agricultores nacionais.
Dados oficiais demonstram que, no total, em Moçambique, são produzidos anualmente perto de 400 mil toneladas de oleaginosas, com destaque para o gergelim, amendoim, soja, algodão, rícino e girassol, um potencial que a multinacional italiana pretende rentabilizar e que vem na sequência de um encontro do CEO da Eni, Claudio Descalzi, com o Governo moçambicano em Novembro passado, tendo na altura sido debatidos diversos projectos de âmbito agrícola para a produção para de biocombustíveis.
No referido acordo agora assinado, fica estabelecida uma plataforma de trabalho conjunta orientada para a cooperação e desenvolvimento de projectos agrícolas, com maior foco para áreas não consideradas competitivas com a produção de alimentos, e tendo em consideração a preservação das florestas e dos ecossistemas naturais. As partes não avançaram, contudo, detalhes sobre os custos do projecto e o seu calendário, limitando-se a informar que a primeira fase vai ser dedicada a um estudo de viabilidade.
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