Os Estados Unidos da América (EUA) prometeram esta segunda-feira, 23 de Janeiro, pressionar os credores da Zâmbia, particularmente a China, a aliviar a enorme dívida em incumprimento do país africano, que está a tentar reestruturar os seus empréstimos.
A promessa foi deixada pela secretária do Tesouro, Janet Yellen, que visitou Lusaca no âmbito de uma viagem de dez dias por vários países africanos.
“Vamos continuar a pressionar para que os principais credores, bilaterais e do sector privado, participem significativamente no alívio da dívida da Zâmbia, particularmente a China”, disse Janet Yellen.
Lidar com a dívida da Zâmbia é uma prioridade para o Tesouro, acrescentou a governante norte-americana após uma reunião com o ministro das Finanças da Zâmbia, Situmbeko Musokotwane.
Janet Yellen foi recebida pelo Presidente da República, Hakainde Hichilema, que disse esperar que a reestruturação da dívida do seu país seja concluída nos próximos dois meses.
“Até resolvermos esta questão, ela [a dívida] distorcerá o progresso que alcançámos até agora”, afirmou.
Desde o início da pandemia do covid-19, em 2020, a Zâmbia foi o primeiro país africano a entrar em incumprimento no pagamento da sua dívida externa, estimada em 17,3 mil milhões de dólares.
A dívida explodiu sob a presidência de Edgar Lungu, que fez empréstimos maciços para financiar uma série de projectos de infra-estruturas durante os seus seis anos na chefia do Estado.
Hichilema, eleito em 2021 com promessas de erradicar a corrupção e ressuscitar a economia, melhorou as relações do país com seus credores e doadores internacionais.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM) libertaram financiamentos e o G20 – que junta as 20 economias mais desenvolvidas – também acordou um quadro comum para reestruturar a dívida dos países mais pobres, mas a sua aplicação é lenta.
Os EUA acusam a China, principal credor de muitos países africanos, de retardar o processo.
A administração Biden está a tentar recuperar influência em África, palco de acesa competição económica e política entre as grandes potências.
Discussion about this post